domingo, 11 de outubro de 2009

Vícios de Linguagem


Qualquer desvio das normas gramaticais pode ser considerado um vício de linguagem.

BARBARISMO

É o desvio relativo à palavra. É quando grafamos ou pronunciamos uma palavra que não está de acordo com a norma culta. Pode ser:

Pronúncia
- Pograma (o certo seria programa)
- Rúbrica (o certo seria rubrica)

Grafia
- Etmologia (o certo seria etimologia)
- Advinhar (o certo seria adivinhar)
- Seguimentos (o certo seria segmentos)
- Maizena (o certo seria maisena)

Morfologia
- Quando eu pôr o vestido (o certo seria puser)

Semântica
- Assim que chegaram à metrópole, absolveram a poluição (o certo seria absorveram)

Estrangeirismos
- Show, menu, know-how, hall.

SOLECISMO
É o desvio em relação à sintaxe. Pode ser:

De concordância
- Haviam pessoas. (o certo seria havia)
- Fazem dois meses. (o certo seria faz)
- Faltou muitos alunos. (o certo seria faltaram)

De regência
- Obedeça o chefe. (o certo seria ao chefe)
- Assisti o filme. (o certo seria ao filme)

De colocação
- Tinha ausentado-me.
- Não espere-me.

CACÓFATO
É o som desagradável, obsceno.

- Hilca ganhou.
- Vou-me já.
- Ele marca gol.
- Boca dela.

ECO
Repetição desagradável de terminações iguais.

- Vicente já não sente dores de dente tão freqüentemente como antigamente quando estava no Oriente.

OBS: O eco na prosa é considerado um vício, um defeito. Já na poesia é o fundamento da rima.

COLISÃO
Aproximação de sons consonantais idênticos ou semelhantes.

- Sua saia saiu suja da máquina.

HIATO
Aproximação de vogais idênticas

- Traga a água.
- Trago o ovo.

AMBIGÜIDADE
É o duplo sentido.

- O cachorro do seu irmão avançou sobre o amigo.

PRECIOSISMO
Exagero da linguagem.

- Na pretérita centúria, meu progenitor presenciou o acasalamento do astro-rei com a rainha da noite.

(ou seja: No século passado, meu avô presenciou um eclipse solar.)

ARCAISMOS
Uso de expressões que caíram em desuso.

PLEBEÍSMO
Qualquer desvio que caracteriza a falta de instrução.
As gírias são um bom exemplo de plebeísmo.

PLEONASMO
Repetição desnecessária de uma expressão.

- Criar novos…
- Hemorragia de sangue
- Subir para cima
- Panorama geral
- Antecipar para antes

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Processos de Formação das Palavras


FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


INTRODUÇÃO

Neste tutorial iremos verificar a estrutura e a formação das palavras.

Primeiramente será estudada a estrutura da palavra, ou seja, como ela é formada. Em seguida o processo de formação das palavras.


ESTRUTURA DAS PALAVRAS

A palavra é subdivida em partes menores, chamadas de elementos mórficos.

Exemplo: gatinho – gat + inho

Infelizmente – in + feliz + mente


ELEMENTOS MÓRFICOS
Os elementos mórficos são:

Radical;
Vogal temática;
Tema;
Desinência;
Afixo;
Vogais e consoantes de ligação.


RADICAL
O significado básico da palavra está contido nesse elemento; a ele são acrescentados outros elementos.

Exemplo: pedra, pedreiro, pedrinha.

VOGAL TEMÁTICA
Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelas desinências e também indicar a conjugação a que o verbo pertence.

Exemplo: cantar, vender, partir.

OBSERVAÇÃO:

Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática.


Exemplo: parto (radical + desinência)


TEMA


É o radical com a presença da vogal temática.

Exemplo: choro, canta.


DESINÊNCIAS
São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar. São subdivididas em:

DESINÊNCIAS NOMINAIS;
DESINÊNCIAS VERBAIS.

DESINÊNCIAS NOMINAIS – indicam o gênero e número. As desinências de gênero são a e o; as desinências de número são o s para o plural e o singular não tem desinência própria.

Exemplo: gat o

Radical desinência nominal de gênero

Gat o s

Radical d.n.g d.n.n


d.n.g » desinência nominal de gênero

d.n.n » desinência nominal de número



DESINÊNCIAS VERBAIS – indicam o modo, número, pessoa e tempo dos verbos.
Exemplo: cant á va mos

Radical v.t d.m.t d.n.p
v.t » vogal temática
d.m.t » desinência modo-temporal
d.n.p » desinência número-pessoal


AFIXOS

São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras. Os afixos podem ser:

PREFIXOS – quando colocado antes do radical;
SUFIXOS – quando colocado depois do radical



Exemplo:
Pedrada.
Inviável.
Infelizmente


VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO

São elementos que são inseridos entre os morfemas (elementos mórficos), em geral, por motivos de eufonia, ou seja, para facilitar a pronúncia de certas palavras.

Exemplo: silvícola, paulada, cafeicultura.


PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Inicialmente observemos alguns conceitos sobre palavras primitivas e derivadas e palavras simples e compostas:



PALAVRAS PRIMITIVAS – palavras que não são formadas a partir de outras.
Exemplo: pedra, casa, paz, etc.


PALAVRAS DERIVADAS – palavras que são formadas a partir de outras já existentes.
Exemplo: pedrada (derivada de pedra), ferreiro (derivada de ferro).



PALAVRAS SIMPLES – são aquelas que possuem apenas um radical.
Exemplo: cidade, casa, pedra.


PALAVRAS COMPOSTAS - são palavras que apresentam dois ou mais radicais.

Exemplo: pé-de-moleque, pernilongo, guarda-chuva.



Na língua portuguesa existem dois processos de formação de novas palavras: derivação e composição.


DERIVAÇÃO

É o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já existem (primitivas). Podem ocorrer das seguintes maneiras:

Prefixal;
Sufixal;
Parassintética;
Regressiva;
Imprópria.


PREFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um radical.

Exemplo: desfazer, inútil.

Vejamos alguns prefixos latinos e gregos mais utilizados:

PREFIXO LATINO PREFIXO GREGO SIGNIFICADO EXEMPLOS
PREF. LATINO PREF. GREGO
Ab-, abs- Apo- Afastamento Abs ter Apo geu
Ambi- Anfi- Duplicidade Ambí guo Anfí bio
Bi- di- Dois Bí pede Dí grafo
Ex- Ex- Para fora Ex ternar Êx odo
Supra Epi- Acima de Supra citar Epi táfio



SUFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo a um radical.

Exemplo: carrinho, livraria.


Vejamos alguns sufixos latinos e alguns gregos:


SUFIXO LATINO EXEMPLO SUFIXO GREGO EXEMPLO
-ada Paulada -ia Geologia
-eria Selvageria -ismo Catolicismo
-ável Amável -ose Micose



PARASSINTÉTICA – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo e sufixo simultaneamente ao radical.

Exemplo: anoitecer, pernoitar.

OBSERVAÇÃO :
Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas não são formadas por parassíntese. Para que ocorra a parassíntese é necessários que o prefixo e o sufixo juntem-se ao radical ao mesmo tempo. Para verificar tal derivação basta retirar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintética. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por derivação prefixal e sufixal.



REGRESSIVA - processo de derivação em que são formados substantivos a partir de verbos.
Exemplo: Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar)
O debate foi longo. (do verbo debater)


IMPRÓPRIA - processo de derivação que consiste na mudança de classe gramatical da palavra sem que sua forma se altere.
Exemplo: O jantar estava ótimo


COMPOSIÇÃO

É o processo pelo qual a palavra é formada pela junção de dois ou mais radicais. A composição pode ocorrer de duas formas:



JUSTAPOSIÇÃO e AGLUTINAÇÃO.

JUSTAPOSIÇÃO – quando não há alteração nas palavras e continua a serem faladas (escritas) da mesma forma como eram antes da composição.

Exemplo: girassol (gira + sol), pé-de-moleque (pé + de + moleque)



AGLUTINAÇÃO – quando há alteração em pelo menos uma das palavras seja na grafia ou na pronúncia.
Exemplo: planalto (plano + alto)


Além da derivação e da composição existem outros tipos de formação de palavras que são hibridismo, abreviação e onomatopéia.


ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO
É a forma reduzida apresentada por algumas palavras:

Exemplo: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto (motocicleta).


HIBRIDISMO
É a formação de palavras a partir da junção de elementos de idiomas diferentes.

Exemplo: automóvel (auto – grego + móvel – latim), burocracia (buro – francês + cracia – grego).


ONOMATOPÉIA
Consiste na criação de palavras através da tentativa de imitar vozes ou sons da natureza.

Exemplo: fonfom, cocoricó, tique-taque, boom!.


Finda-se mais um tutorial onde pudemos observar o seguinte:

A estrutura das palavras contém o radical (elemento estrutural básico), afixos (elementos que se juntam ao radical para formação de novas palavras – PREFIXO e SUFIXO), as desinências (nominais – indicam gênero e número e verbais – indicam pessoa, modo, tempo e número dos verbos), a vogal temática (que indicam a conjugação do verbo – a, e, i) e o tema que é a junção do radical com a vogal temática.
Já no processo de formação das palavras temos a derivação, subdividida em prefixal, sufixal, parassíntese, regressiva e imprópria e a composição que se subdivide em justaposição e aglutinação. Além desses dois processos temos o hibridismo, a onomatopéia e a abreviação como processos secundários na formação das palavras.

Pontuação

Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc...

Divisão e emprego dos sinais de pontuação:

1- PONTO ( . )

a) indicar o final de uma frase declarativa.
Ex.: Lembro-me muito bem dele.

b) separar períodos entre si.
Ex.: Fica comigo. Não vá embora.

c) nas abreviaturas
Ex.: Av.; V. Ex.ª


2- DOIS-PONTOS ( : )

a) iniciar a fala dos personagens:
Ex.: Então o padre respondeu:
- Parta agora.

b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores.
Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.

c) antes de citação
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”


3- RETICÊNCIAS ( ... )

a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.
Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.

b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta
Ex.: - Alô! João está?
- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...

c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia.
Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar)

d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.
Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros- Raimundo Fagner)


4- PARÊNTESES ( ( ) )

a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.
Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas.
"Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)

Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.


5- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

a) Após vocativo
Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos)

b) Após imperativo
Ex.: Cale-se!

c) Após interjeição
Ex.: Ufa! Ai!

d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional
Ex.: Que pena!


6- PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

a) Em perguntas diretas
Ex.: Como você se chama?

b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação
Ex.: - Quem ganhou na loteria?
- Você.
- Eu?!


7- VÍRGULA ( , )

É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.
Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.

Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.

Não se separam por vírgula:
a) predicado de sujeito;
b) objeto de verbo;
c) adjunto adnominal de nome;
d) complemento nominal de nome;
e) predicativo do objeto do objeto;
f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa)

A vírgula no interior da oração

É utilizada nas seguintes situações:

a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café.
A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.

b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.

c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.
Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.
As pessoas, muitas vezes, são falsas.

d) separar elementos de uma enumeração.
Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.

e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.
Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem.

f) separar conjunções intercaladas.
Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.

g) separar o complemento pleonástico antecipado.
Ex.: A mim, nada me importa.

h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.
Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.

i) separar termos coordenados assindéticos.
Ex.: "Lua, lua, lua, lua,
por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)

j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).
Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)

Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política.

Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará.
Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório.
Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.

A vírgula entre orações

É utilizada nas seguintes situações:

a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.

b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.

Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.

2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.

3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal.

Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar)

d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."

Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."

e) separar as orações substantivas antepostas à principal.
Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei


8- PONTO-E-VÍRGULA ( ; )

a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:

I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI- destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo)

b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)


9- TRAVESSÃO ( - )

a) dar início à fala de um personagem
Ex.: O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?

b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos
- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom

c) unir grupos de palavras que indicam itinerário
Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.

Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas
Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.


10- ASPAS ( “ ” )

a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares.
Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.

b) indicar uma citação textual
Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. ( O prazer de viajar - Eça de Queirós)

Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ' ' )

Recursos alternativos para pontuação:
Parágrafo ( § )
Chave ( { } )
Colchete ( [ ] )
Barra ( / )

Autoria: Monoel Jorge Franca

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Não use a crase

Em meio a tantas exceções, às vezes é mais simples você memorizar quando a crase não é utilizada do que quando é!

Então, vejamos os casos:

1. Antes de palavras, substantivos masculinos:

a) Ele veio a pé.
b) Não vendemos a prazo.
c) Vamos conhecer a fazenda a cavalo.
d) Você deve se vestir a caráter.
e) Ele foi a diferentes lugares.

2. Antes de verbo no infinitivo:

a) Começou a sorrir quando dei a notícia!
b) Ficou a pensar nela o dia todo!
c) Estava a celebrar sua vitória!

3. Diante de nomes de cidades:

a) Chegou a Belo Horizonte em segurança.
b) Quem tem boca, vai a Roma.
c) Foi a Vitória conhecer o mar.

Detalhe importante: Quando especificar a cidade, coloque a crase: Irei à Veneza dos apaixonados. Refiro-me à Inglaterra do século XVIII.

4. Em substantivos que se repetem: gota a gota, cara a cara, dia a dia, frente a frente, ponta a ponta.

5. Diante de pronomes (pessoais, demonstrativos, de tratamento, indefinidos e relativos):

a) Solicitei a ela que tivesse calma, pois tudo daria certo!
b) Você vai sair a esta hora?
c) Comunicarei a Vossa Alteza a sua decisão!
d) Dê comida a qualquer um que tenha fome!
e) Agradeço a Deus, a quem pertence tudo que sou e tenho!

6. Antes do artigo indefinido “uma”: Ele foi a uma comunhão.

7. Diante de palavras, substantivos no plural:

a) Alugaremos as salas deste prédio!
b) Não gosto de ficar próximo a pessoas que conversam demais!
c) Gosto de ir a praças para ler!

8. Antes de números cardinais: Vou embora daqui a quinze minutos.

9. Antes de nomes de mulheres consideradas célebres:

a) Refiro-me a Brigitte Bardot e sua má postura!
b) Este livro faz referência a Joana D’Arc.

10. Diante das palavras “dona” e “madame”:

a) Ele entregou o documento a Dona Ana.
b) Ele se dirigiu a madame com todo respeito.

11. Diante da palavra “casa” quando significar o lugar de moradia: Foi a casa. Voltou a casa.

Detalhe importante: Se a palavra “casa” vier determinada por adjunto adnominal, aceita a crase: Fui à casa de meus avós ou Voltei à casa de meus pais.

12. Diante da palavra “terra” quando significar “terra firme”: Após viajarmos muito pelos mares, voltamos a terra.

Observação importante:

O uso da crase é facultativo: antes de possessivo (Leve o presente à/a sua amiga); antes de nomes de mulheres que não sejam célebres (Foi à/a Ana falar de seu amor) e com “até”: Foi até à/a escola mais próxima fazer sua matrícula.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta.
Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais.

Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O Popular, 16 out. 2008.

Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.

Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade)

Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade.

Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!

Função metalingüística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:

“Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.”

Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema.

Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.

Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos lingüísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música.

Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0

Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a idéia do dia-a-dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Novas regras


As Novas Regras da Língua Portuguesa são:

Trema: O trema desaparecerá.
Exemplos:
Conseqüência => Consequência
Seqüência => Sequência

Acentos: As mudanças acontecerão apenas nas paraxítonas, as outras permanecem iguais.

- Ditongos: "ÉI" e "ÓI" perderão o acento.
Exemplos:
Idéia => Ideia
Heróica => Heroica

Lembrete: só o acentos nas paroxítonas some, em monossílabos tônicos e oxítonas continuam.
Exemplos: Anéis, dói

- O acento circunflexo do ditongo "ÔO" também some.
Exemplos:
Môo => Moo
Enjôo => Enjoo

- O circunflexo do hiato "ÊEM" que aparece na 3ª pessoa do plural de verbos como: ler, ver, crer, dar e seus devirados desaparece.
Exemplos:
Descrêem => Descreem
Lêem => Leem

- Acentos diferenciais sumirão.
Exemplos:
Pára => Para
Pêlo => Pelo
O acento de "Pôde" e do verbo "Pôr" permanecem.

- O acento agudo do "U" tônico some.
Exemplos:
Apazigúe => Apazigue
Averigúe => Averigue

- "I" e "U" antecedidos por ditongo perdem o acento.
Exemplos:
Feiúra => Feiura
Baiúca => Baiuca

Hífen: não será mais utilizado quando:

- A segunda palavra iniciar com "R" ou "S". Estas consoantes serão duplicadas.
Exemplos:
Anti-Religioso => Antirreligioso
Infra-Som => Infrassom

Exceção: o hífen será mantido quando o prefixo terminar com "R".
Exemplos: Hiper-Requintado, Inter-Resistente

- Quando a primeira palavra termina com vogal e a segunda inicia-se com uma vogal diferente.
Exemplos:
Auto-Estrada => Autoestrada
Aero-Espacial => Aeroespacial

As letras "K", "W" e "Y" serão incorporadas ao alfabeto que passará a ter 26 letras.

O português de Portugal também sofrerá modificações:

- "C" e "P" desaparecerão de palavras onde não são pronunciadas.
Exemplos:
Acto => Ato
Óptimo => Ótimo

- Será eliminado o "H' do início de algumas palavras, passando a serem escritas como no Brasil.
Exemplos:
Herva => Erva
Húmido => Úmido

De uma forma ou de outra sofreremos com essas mudanças, afinal de contas estávamos acostumados com os acentos, agora toda vez que eu ver uma palavra acentuada ficarei me perguntado se está certa ou errada :(
Pessoas que costumam escrever sem nem prestar atenção se tem ou não acento nas palavras, principalmente na internet, devem estar comemorando!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Figuras de Linguagem


Figuras de linguagem

Palavra ou grupo de palavras utilizadas para dar ênfase a uma idéia ou sentimento. As mais difundidas, são as seguintes:

Figuras de Palavras
(TROPOS)

As figuras de palavras consistem no emprego de um termo em um sentido diferente daquele em que esse termo é convencionalmente empregado.
Por exemplo, convencionalmente, o termo “porta designa” uma peça de madeira ou que gira sob dobradiças que tem a função ao de fechar móveis, automóveis e construções, etc. . Mas quando dizemos: “Fulano não entende nada. “Ele é uma porta” , o termo “porta” não se referindo aquela peça de madeira ou de metal. Nesse caso, a palavra porta esta sendo utilizada num sentido diferente do convencional, para definir a dificuldade compreensão, a burrice do Fulano. Outro exemplo: " a porta dos sentimentos" . É claro que a palavra também. neste caso, não esta sendo utilizada no seu sentido convencional. "Errar a porta" , nesta frase, sugere um ganho, uma desilusão. Nesses dois casos termos figuras de palavras.
Há casos também em que um termo, que originalmente designa alguma coisa especifica, tem seu sentido ampliado, passando a designar algo genérico. Temos exemplo do “Danone”. O nome do produto é iogurte; Danone é a marca do iogurte produzido por um determinada fabricante. Mas a marca foi identificada de tal forma com o produto que, em vez de dizermos “Vou comprar um iogurte", freqüentemente dizemos “Vou comprar um danone" , mesmo quando o iogurte que compramos é de uma outra marca (Chambourcy, Pauli, Batavo, etc.). A palavra “Danone" , que designava um tipo de iogurte, teve seu significado ampliado e passou a designar o produto de uma forma geral.
As figuras de palavras podem ser utilizadas tanto para tornar mais expressivo aquilo que queremos comunicar quanto para suprir a falta de um termo adequado que designe alguma coisa. Além disso, elas fazem com que a língua se torne mais econômica, uma vez que uma única palavra, dependendo do contexto, pode assumir os mais diferentes significados.
A seguir, veremos cada uma das principais figuras de palavras.

COMPARAÇÃO SIMPLES

Comparação simples e uma comparação entre dois elementos de um mesmo universo.
E muito comum compararmos as coisas que nos rodeiam. Freqüentemente dizemos que tal coisa e melhor que outra, que fulano e mais simpático do que beltrano assim por diante. Comparar e uma forma de organizar nossas experiências no mundo. Sempre que temos que escolher alguma coisa, fazemos uma comparação antes tomar a decisão. E essa comparação é feita muitas vezes sem que percebamos. Por exemplo, quando vamos a um restaurante. No cardápio, temos agrupados as bebidas, pratos, as sobremesas. Olhamos o grupo das bebidas, comparamos e escolhemos a que mais nos agrada; o mesmo acontece em relação aos pratos e as sobremesas. E para escolher, utilizamos os nossos critérios . Se temos pouco dinheiro, o critério será o preço. Se estivermos com muita fome, provavelmente escolheremos o prato pelo seu tamanho.
Pensamos deste modo:

Macarrão é mais barato do que carne. Então, e vou pedir macarrão.
Nesse caso comparamos o macarrão à carne, utilizando o critério preço

Um prato de macarrão vai matar mais a minha fome o que um prato de carne.
Comparamos o macarrão à carne , utilizando o critério que mata mais a fome. Em ambos os casos, estamos comparando elementos de um mesmo universo : tanto o macarrão quanto a carne são comidas.
Observe outras comparações entre elementos de mesmo universo:

Este time joga melhor do que aquele.
Um fusca é menos espaçoso do que um Opala.
Cristina ë tão estudiosa quanto Paula.
O meu caderno tem mais páginas do que o seu

COMPARAÇÁO METAFÓRICA
(OU SÌMILE)

Comparação metafórica ou símile é uma comparação entre dois elementos de universos diferentes.
Observe :
Esta criança é forte como um touro.
Nesse caso, estamos comparando a criança a um touro, dois elementos de universos bastante diferentes. Aproximamos esses elementos porque “enxergamos” uma característica comum a ambos, ou seja, a força.
Veja mais exemplos:

A casa dela é escura como a noite.
Associamos a casa à noite porque ambas são escuras. O remédio que eu tomo é ruim feito o diabo.

O remédio que eu tomo é ruim feito diabo.
Associamos o remédio ao diabo porque atribuímos uma caraterística comum a eles: a ruindade.

Ele chorou que nem um condenado.
Associamos o modo como ele chorou com o modo como imaginamos que choraria um condenado.
Observe que em todas essas comparações há sempre palavras ou expressões que estabelecem a relação entre termos comparados. São os conectivos comparativos:

como, feito, que nem, assim como, tal, tal qual, qual, etc.

As comparações apresentadas anteriormente são chamadas comparações metafóricas, pois elas dependem mui to do sujeito que as enuncia - da sua sensibilidade, do s estado de espírito, da sua experiência, etc .

METÁFORA

Metáfora é a figura de palavra em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. Essa semelhança é resultado da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo comparativo não está expresso, mas subentendido.
Na comparação metafórica (ou símile), um elemento A é comparado a um elemento B através de um conectivo comparativo (como, assim como, que nem, qual, feito etc. ). Muitas vezes a comparação metafórica traz expressa no próprio enunciado a qualidade comum aos dois elementos:

Esta criança é forte como um touro .
elemento A qualidade comum conectivo elemento B

Já na metáfora, a qualidade comum e o conectivo comparativo não são expressos e a semelhança entre os elementos A e B passa a ser puramente mental:
Do ponto de vista lógico, a criança é uma criança, e um touro é um touro. Uma criança jamais será um touro. Mas a criança é teria a sua força comparada á de um touro.
Veja o exemplo:

“O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais”(Carlos Drummond de Andrade)

A associação do tempo a uma cadeira ao sol é puramente subjetiva. Cabe ao leitor completar o sentido de tal associação, a partir da sua sensibilidade, da sua experiência. Essa metáfora, portanto, pode ser compreendida das mais diferentes formas. Isso não quer dizer que ela possa ser interpretada de qualquer jeito, mas que a compreensão dela é flexível, ampla.
Observe a transformação de comparações metafóricas (ou símiles) em metáforas:

O Sr. Vivaldo é esperto como uma raposa.
(comparação metafórica)

O Sr. Vivaldo é uma raposa.
(metáfora)

A vida é fugaz como chuva de verão.
(comparação metafórica)

A vida é chuva de verão.
(metáfora)

Nesse último exemplo, o elemento A (as mangueiras está sendo comparado ao elemento B (intermináveis serpentes), pois há uma semelhança no modo como ambos se põem em relação ao chão. Os galhos da mangueira, por serem baixos e tortuosos, lembram intermináveis serpentes
Na linguagem cotidiana, deparamo-nos com inúmeras expressões como:

cheque-borracha
cheque-caubói
voto-camarão
manga-espada
manga-coração-de-boi

Nos exemplos já vistos, fica bastante claro o porquê existência de metáforas. Diante de fatos e coisas novas, que não fazem parte da sua experiência, o homem tem a tendência de associar esses fatos e essas coisas a outros fatos e coisas que ele já conhece. Em vez de criar um novo nome para o peixe, ele o associa um objeto da sua experiência (espada) e passa a denominá-lo peixe-espada. O mesmo acontece com peixe-boi, peixe-zebra, peixe-pedra, etc. (Se quiser fazer uma experiência, abra o dicionário na palavra "peixe" e verá quantas expressões são formadas a parti desse processo . )
Muitos verbos também são utilizados no sentido metafórico. Quando dizemos que determinada pessoa "é difícil de engolir", não estamos cogitando a possibilidade de colocar essa pessoa estômago adentro. Associamos o ato de engolir (ingerir algo, colocar algo para dentro) ao ato de aceitar, suportar, agüentar, em suma, conviver. Alguns outros exemplos:

A vergonha queimava-lhe o rosto.
As suas palavras cortaram o silêncio.
O relógio pingava as horas, uma a uma, vagarosa mente.
Ela se levantou e fuzilou-me com o olhar.
Meu coração ruminava o ódio.

Até agora, vimos apenas casos de palavras que assumiam um sentido metafórico. No entanto, existem expressões inteiras (e até textos inteiros) que têm sentido metafórico, como:

ter o rei na barriga: ser orgulhoso, metido
saltar de banda: cair fora, omitir-se
pôr minhocas na cabeça : pensar em bobagens , pensar em tolices
dar um sorriso amarelo: sorrir sem graça tudo azul: tudo bem
ir para o olho da rua: ser despedido, ser mandado embora

Como se pode perceber, a metáfora afasta-se do raciocínio lógico, objetivo. A associação depende da subjetividade de quem cria a metáfora, estabelecendo uma outra lógica, a lógica da sensibilidade.
CATACRESE

Catacrese é um tipo especial de metáfora. A catacrese não é mais a expressão subjetiva de um indivíduo, mas já foi incorporada por todos os falantes da língua, passando a ser uma metáfora corriqueira e, portanto, pouco original.
Observe:

“Um beijo seria uma borboleta afogada em mármore." (Cecília Meireles)

A primeira frase causa-nos estranheza, espanto. A associação que se faz entre um beijo e uma borboleta afoga da em mármore é original e está diretamente relacionada sensibilidade do sujeito que criou tal frase. Todos deve concordar que poucas pessoas fariam tal associação. Trata se de uma metáfora original.
Já na segunda frase, relacionamos diretamente a e pressão "pé a página" à parte inferior da página. Mas , pensarmos bem, uma página não tem pé. Houve uma associação entre o pé (parte inferior do corpo humano) e parte inferior da página, daí a expressão “pé da página”. Esta metáfora já foi incorporada pela língua, perdeu s caráter inovador, original e transformou-se numa metáfora comum, morta, que não mais causa estranheza. Em outras palavras, transformou-se numa catacrese. O mesmo processo ocorreu nas seguintes expressões:

Pé de mesa Cabeça de alfinete Tronco telefônico
Pé de cadeira braço de cadeira árvore genealógica
Pé de cama braço de mar maçã do rosto
Pé de montanha cabelo de milho folha de papel
Pé de laranja barriga da perna dente de alho

Uma curiosidade:
A palavra "azulejo" originalmente servia para designar ladrilhos de cor azul. Hoje, essa palavra perdeu a sua idéia de azul e passou a designar ladrilhos de qualquer cor. Tanto que dizemos azulejos brancos, amarelos, azuis, verdes, etc.
Essa é uma outra característica da catacrese: as palavras perdem o seu sentido original e

Procure prestar atenção ao grande número de catacreses que utilizamos no dia-a-dia.
SINESTESIA

Sinestesia é outro tipo de metáfora. Consiste em aproximar, na mesma expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos dos sentidos. Como na metáfora, trata-se de relacionar elementos de universos diferentes.
Observe:

Uma melodia azul tomou conta dá sala.
Sensação auditiva e Visual

A sua voz áspera intimidava a platéia.
sensação auditiva tátil

Senti saudades amargas.
sentimento sensação gustativa

Esse perfume tem um cheiro doce.
sensação olfativa e gustativa

METONÍMIA

Metonímia é a figura de palavra que consiste na substituição de um termo por outro, em que a relação entre os elementos que esses termos designam não depende exclusivamente do indivíduo, mas da ligação objetiva que esses elementos mantêm na realidade.
Na metonímia, um termo substitui outro não porque a nossa sensibilidade estabeleça uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam (caso da metáfora), mas porque esses elementos têm, de fato, uma relação de dependência. Dizemos que, na metonímia, há uma relação de contiguidade entre sentido de um termo e o sentido do termo que o substitui. Contigüidade significa “proximidade”, “vizinhança”.
Se à idéia de morte associamos a idéia de palidez ,é porque há urna relação de proximidade entre elas. O rosto do morto é pálido; portanto a morte causa palidez. A palidez é um efeito da morte. Não se trata de uma aproximação de termos de universos distantes, mas de termos vizinhos, contíguos. Lembre-se de que na metáfora a substituição de um termo por outro se dá por um processo interno, intuitivo, estritamente dependente do sujeito que realiza a substituição. Na metonímia, o processo é externo, pois a relação entre aquilo que os termos significam é verificável na realidade externa ao sujeito que estabelece tal relação.
Exemplos de metonímia

Sou alérgico a cigarro.
O cigarro é a causa, a fumaça é o efeito. Pode-se ser alérgico z fumaça, mas não ao cigarro.

Muitos pintores, embora famosos, não conseguem viver da pintura.
"Pintura", aqui, está sendo utilizada no lugar de "quadros", o produto da pintura; há uma relação de causa e efeito, portanto.

Ele ganha a vida com o suor.
O suor é o efeito; o trabalho, a causa.

Os cabelos brancos chegaram antes do esperado.
Os cabelos brancos são o efeito, a velhice é a causa.

Conhecemos muitos símbolos que não deixam de ser modalidades da metonímia, como:

a cruz : o cristianismo
a espada: o poder militar
o cetro : o poder monárquico, a autoridade
a coroa: o poder monárquico, a realeza
os chinelos : o ócio, o conforto
a máscara: a falsidade, a dissimulação

SINEDOQUE

Sinédoque é a substituição de um termo por outro, em que os sentidos desses termos têm uma relação de extensão desigual. Na sinédoque há uma ampliação ou uma redução do sentido usual de uma palavra.
Compare os dois enunciados:

Comer o pão com o suor do rosto.
Comer o alimento com o trabalho do corpo.

Observe que “pão” substitui “alimento” ”suor” substitui “trabalho” e “rosto” substitui corpo. Observe outros exemplos:

Não dá para viver sem um teto .
Não dá para viver sem uma casa.

Esse animal não pode ficar solto no pasto.
Esse cavalo não pode ficar solto no pasto.
(referindo-se a um cavalo)
"Animal" é uma totalidade, incluindo vaca jacaré. cobra. Etc... Neste caso, "animal" (geral) está substituindo "cavalo" (particular); o todo substitui a parte.
Fulano de tal mandou prender todo mundo.
“Homem" substitui uma pessoa determinada; "homem" ë uma categoria geral que substitui um indivíduo especifico.
Figuras sintáticas ou de construção

As figuras sintáticas ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração e ã ordem em que estes termos aparecem, ou ainda a possíveis repetições ou omissões e termos.
Você deve lembrar que o estudo dos termos da oração , das relações existentes entre as diversas palavras que formam uma oração e / ou um período é chamado análise sintática.
É construída segundo a estrutura básica do português: sujeito + predicado. Todos os termos essenciais - sujeito, verbo, complementos - aparecem na oração e estão na ordem direta (primeiro vem o sujeito ` `ela" , seguido do verbo “deu” e de seus complementos : “dinheiro” , objeto direto, e “aos rapazes”, objeto indireto).
A mesma idéia pode, no entanto, ser comunicada d outras formas: basta que se altere a ordem dos termos oração, ou se repita ou se elimine alguns termos.
As alterações em relação à oração completa e na ordem direta destacam e enfatizam alguns aspectos da informação que se quer passar. Essas alterações são, portanto, expressivas. Elas demonstram possibilidade de cada indivíduo transmitir uma mesma idéia de formas diferentes.
Em relação â concordância nominal e verbal, realizada segundo as normas gramaticais, ocorre o mesmo: os desvios podem ser expressivamente considerados.

SILEPSE

Silepse é a figura de construção em que a concordância não é feita de acordo com as palavras que efetivamente aparecem na oração, mas segundo a idéia a elas associam ou segundo um termo subentendido . A silepse pode ser de gênero, número ou pessoa.

a)Silepse de gênero:

Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino) de artigos e dos substantivos, substantivos e adjetivos, etc.:

São Paulo é movimentada.

São Paulo é um nome próprio do gênero masculino; adjetivo "movimentada" concorda, no entanto, com idéia subentendida de cidade: "(A cidade de) São Paulo é movimentada" .
A gente é obrigado a varrer até cair morto.
A rigor, ”gente” é uma palavra do gênero feminino no entanto, “obrigado” e “morto” são dois adjetivos utilizados no gênero masculino.

A Bandeirante está cada dia mais congestionada.
"Bandeirantes" é um substantivo do gênero masc. e plural; está subentendido, no entanto, que se trata “avenida dos Bandeirantes” , o que leva toda a concordância para o feminino.

b)Silepse de número

É o tipo de silepse em que ocorre discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural). O caso mais comum de silepse de número ê o do substantivo singular que, por se referir a uma idéia plural, leva os verbos e / ou adjetivos para o plural.

“Esta gente está furiosa e com medo; por conseqüência, capazes de tudo.” (Garrett)
A palavra “gente" pertence ao gênero feminino e, gramaticalmente, é singular; mas como contém uma idéia plural ( = aquelas pessoas) o adjetivo ”capazes" passa a concordar com essa idéia plural, e não com a palavra singular "gente" .

“Corria gente de todos os lados, e gritavam.” (Mário Barreto)
Aqui também a idéia plural de “gente” prevalece sobre o ato de a palavra ser singular. O verbo, concordando no plural, expressa isso.

Os Lusíadas glorificou nossa literatura.
A concordância é feita segundo a idéia subentendida a "obra" Os Lusíadas.

c)Silepse de pessoa:

Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal:

Os brasileiros choramos a derrota da seleção.
O verbo na 1ª pessoa do plural, ` `choramos" , indica que aquele que ala se inclui entre ` `os brasileiros" , sujeito expresso na frase. A silepse dá conta de “traduzir”: “Nós, os brasileiros, choramos a derrota da seleção”.

ELIPSE

Elipse é a omissão de um termo ou de uma oração inteira, sendo que essa omissão geralmente fica subentendida pelo contexto.
Observe: Como estávamos com pressa, preferi não entrar. Nessa frase, houve a omissão dos pronomes nós e eu, sujeitos, respectivamente, de “estávamos” e “preferi”. Essa omissão não dificulta a compreensão da frase, já que os verbos flexionados indicam as pessoas a que se referem
Veja outros exemplos:

Sobre a mesa, apenas um copo d' água e uma maçã
Neste exemplo, há a omissão do verbo haver. Completa, a oração ficaria: "Sobre a mesa, havia apenas um copo d' água e uma maçã" . A elipse do verbo em nada altera o conteúdo da oração, que se torna por sua vez mais sintética e econômica.
"Veio sem pinturas, um vestido leve, sandália coloridas." (Rubem Braga)

Tão bom se ela estivesse viva me ver assim.”(Antônio Olavo Pereira)
(Tão bom seria se ela estivesse viva para me ver assim.)



ZEUGMA

Trata-se de um caso especial de elipse, quando o termo omitido já tiver sido expresso anteriormente.
Observe:

Os rapazes entraram com tamanha algazarra que quebraram o vidro da porta.

Vamos jogar, só nós dois? Você chuta para mim e eu para você .
( = ... e eu chuto para você.)

No segundo exemplo, o verbo omitido deve, se expresso, concordar com o sujeito eu. Era "chuta", na 3º pessoa do singular; passa a ser “chuto” , na ª pessoa do singular. Em geral, os zeugmas são uma elipse e um termo que é uma forma flexionada de um termo que já apareceu.

“Foi saqueada a vila, e assassinados os partidários dos Filipes.” (Camilo Castelo Branco)
Se formos expressar o que foi omitido, teremos que utilizar a forma verbal “foram” – “e foram assassinados os partidários do rei" .
Precisarei de vários ajudantes., De um que seja capaz de fazer a instalação elétrica e de outro para parte hidráulica pelo menos.
Houve a omissão do termo "ajudante" - "De u (ajudante) que seja capaz .. e de outro (ajudante) para a parte hidráulica . Observe que anteriormente havia a ar sido a forma plural ajudantes" .

Assíndeto

Quando o termo omitido é um conectivo, a elipse também ganha um nome especial - assíndeto.
Observe:

Espero sejas feliz.
( = Espero que sejas feliz. )

Veio à cidade, falou com o gerente, partiu.
( = Veio à cidade, falou com o gerente e partiu.)

A inexistência de qualquer conectivo em todo o ma cria um efeito de nivelamento e simultaneidade entre os detalhes apreendidos.

POLISSINDETO

Polissíndeto é a repetição expressiva da conjunção coordenativa.
Observe:

“Vão chegando as burguesinhas pobres
e as crianças das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza”

E eu, e você, e todos aqueles que acreditavam na nossa luta assumimos publicamente o compromisso.
ANAFORA

Anáfora é a figura sintática que consiste na repetição da mesma palavra ou construção no início de várias orações, períodos ou versos.
Observe:

“Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só." (Rocha Lima)

“Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente E dor que desatina sem doer. “ (Camões) `

“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere.” (Vieira)

PLEONASMO

Pleonasmo é também um caso de repetição, mas que envolve uma redundância. Quer dizer, no pleonasmo há uma repetição desnecessária, tanto do ponto de vista sintático quanto do ponto de vista semântico.
A oração já analisada anteriormente:

Aos rapazes, deu-lhes dinheiro.

apresenta um pleonasmo: "aos rapazes" e. o pronome "lhes" exercem exatamente a mesma função sintática dentro desta oração - de objeto indireto. Dizemos, então, que há um pleonasmo do objeto indireto.
Veja outros exemplos:

As minha. roupas, quero até arrancá-las!
Os termos "minhas roupas" e "las" exercem a mesma função sintática - de objeto direto. Neste caso, há um pleonasmo do objeto direto.

Realmente, as catástrofe sociais só podem provo cá-las as próprias classes dominantes.

Os termos "catástrofes" e "las" exercem a mesma função sintática - de objeto direto.
HIPÉRBATO OU INVERSÃO

Hipérbato ou inversão é a figura sintática que consiste na inversão da ordem natural e direta dos termas da oração.
Observe:

"Passeiam, à tarde, as belas na Avenida."

(Carlos Drummond de Andrade) ( = As belas passeiam na Avenida à carde.)

"Passarinho, desisti de ter." (Rubem Braga)
( = Desisti de ter passarinho.)

"Nada pode a máquina inventar das coisas."
(Carlos Drummond de Andrade) ( = A máquina nada pode inventar das coisas.)

"Enquanto manda as ninfas amorosas grinal nas cabeças pôr de rosas. "(Camões)
( = Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de nas cabeças. )

Anacoluto

Anacoluto é a figura sintática que ocorre quando um termo antecipa o fica desligado sintaticamente da oração, dado a um desvio que a construção da oração sofreu .
Na oração:

Nessas empregadas de hoje não se pode confiar.

Há uma inversão. Na ordem direta diríamos: "Não se pode confiar nessas empregadas de hoje" . Se alterássemos a oração ainda um pouco mais:

Nessas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas .

Estaríamos diante de um caso de pleonasmo. Os termos "nessas empregadas" e "nelas" exercem a mesma função sintática - objeto indireto do verbo “confiar” . Se a oração, no entanto, fosse:

“Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas. " (Alcântara Machado)
Estaríamos diante de um caso de anacoluto. “Essas em regadas de hoje” não pode exercer a função de objeto indireto, pois a, expressão não aparece introduzida pela preposição, que o verbo confiar exige. Temos, dessa forma . um termo que não se liga sintaticamente à oração, já que não cumpre nenhuma função sintática, embora esclareça quem são “elas” , em quem não se pode confiar.
Figuras de pensamento

As figuras de pensamento consistem numa alteração, num desvio, ao nível da intenção do falante. Essa alteração não se dá na expressão, mas anteriormente, no próprio processo de e elaboração mental da expressão. Dessa forma, as figuras de pensamento não podem ser detectadas a partir de um termo que substitui outro ou de um desvio em relação às normas gramaticais.

ANTITESE

Antitese é a figura de pensamento que consiste em opor a uma idéia outra de sentido contrário.
Veja o exemplo:

" Não existiria som se não Houvesse o silêncio Não haveria luz se não Fosse a escuridão A vida é mesmo assim Dia e noite, não e sim. " (Lulu Santos- Nelson Mota)

Observe que os versos constroem-se a partir de oposições, de antíteses: som-silencio, luz-escuridão, dia-noite não-sim. É interessante notar, nos dois últimos versos, própria justificativa da existência de antíteses. Quando se diz que “vida é assim mesmo/dia e noite, não e sim” está-se apontando a importância da antítese no processo humano de compreensão das coisas. Sabemos que uma coisa não é outra porque criamos uma oposição entre elas. O que seria o branco se não existisse preto? O que seria a felicidade se não houvesse a infelicidade? Utilizamos mui o contraste, a oposição, para organizarmos a nossa compreensão de tudo que nos cerca.

Paradoxo

Há alguns casos em que a antítese está condensada dentro de uma mesma unidade da frase:

E1a é bonita e feia.

Tanto "bonita" quanto "feia" são adjetivos que se referem ao sujeito “ela” . Os dois adjetivos pertencem a uma mesma unidade da frase, ambos qualificam um mesmo ser. Mas estes dois adjetivos têm sentidos opostos.
Veja outro exemplo :

“O amor ( . . . )
É um contentamento descontente.” (Camões)

Aí temos um substantivo (contentamento) ao qual liga um adjetivo (descontente). Ambos pertencem a u mesma unidade da frase, mas têm sentidos opostos.

Quando termos de sentido contrário estão ligados nu ma mesma unidade da frase, reunindo idéias contrárias e aparentemente inconciliáveis, a antítese ganha um nome especial: paradoxo.

IRONIA

Ironia é a figura de pensamento que consiste em sugerir, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir.
Veja:

Você foi sutil coma um elefante.

Embora esta expressão contenha a idéia de que o sujeita foi sutil, a idéia de sutileza é desmentida pela comparação que se estabelece entre a sutileza do sujeito e a d elefante: a intenção do falante é oposta aquilo que está expresso na frase.
Observe:

Ouça as buzinas, os xingos, os palavrões! Não encantador o trânsito de São Paulo?
Veja, agora, este caso:

Você realmente é muito esperto.

Esta frase, aparentemente, não contém nenhuma ironia. Mas, dependendo da situação em que ela é utilizada, da entonação que se der às palavras, ela pode ser altamente irônica. Este é um aspecto bastante importante da ironia: o fato de ela não estar nas palavras em si, mas “por trás” das palavras.
PERIFRASE

Perífrase é a figura de pensamento que consiste na criação de um torneio de palavras para expressar alguma idéia.
Em lugar de nos referirmos diretamente a Deus, criamos a perífrase “aquele que tudo pode”. Em vez de aludirmos diretamente à morte, criamos a perífrase ` `a sombra negra que a todos envolve" . Veja outros exemplos:

As pessoas que tudo querem ( = os vorazes, os gananciosos) nada conseguem.

Como você deve ter percebido, a perífrase é muito parecida com a antonomásia, figura de palavra já estudada no começo deste livro. De fato, muitos autores não fazem distinção entre essas duas figuras, ou mesmo confundem uma com a outra. Em linhas gerais, a antonomásia refere-se a nomes próprios, a pessoas; e a perífrase é um torneio verbal que serve para substituir qualquer palavra, seja ela um nome próprio ou não.

EUFEMISMO

Eufemismo é uma palavra ou expressão empregada por outra palavra ou expressão considerada desagradável, grosseira. O eufemismo procura atenuar o sentido de determinados termos que geralmente são considerados demasiado fortes pelos falantes da língua. No eufemismo, existe uma intenção, por parte do falante, de não chocar o seu interlocutor.
Você já deve ter ouvido frases do tipo:

Foi bom, pelo menos ele descansou.

A utilização do verbo “descansar” atenua o impacto da idéia de “morrer”. A morte, na nossa cultura, ê considerada algo desagradável, assustador, daí a grande quantidade de eufemismo criados e utilizados para designar essa idéia: falecer, passar desta para a melhor, ganhar a vida

HIPERBOLE

Hipérbole é a figura de pensamento que ocorre quando há á exageração de uma idéia.
Quando dizemos:

Fazia quase um século que a gente não se encontrava.

“um século" não pode ser compreendido como “período de cem anos”. Queremos, de fato, dizer que fazia muito tempo que não nos encontrávamos. A expressão afasta
GRADAÇÃO

Gradação é a figura de pensamento que ocorre quando há uma seqüência de palavras - sinônimas ou não que intensificam uma mesma idéia.
Observe :

"Dissecou-a, a tal arte, que ela, rota, baça, nojenta, vil sucumbi... (Raimundo Correia),

A seqüência "rota, baça, nojenta, vil" é que vai expressar o nível de degradação a que ` ` ela' ' chegou . Não se trata simplesmente e qualificar o processo.

" O trigo... nasceu, cresceu, espinhou, amadureceu, colheu-se, mediu-se. " (Vieira)

A expressão desdobra-se em vários termos, procurando intensificar a idéia de processo e criar uma sensação/ emoção especial no leitor. O discurso dos políticos, tentando atingir (convencer) a totalidade dos ouvintes, freqüentemente lança mão do recurso da gradação:

PROSOPOPÉIA OU PERSONIFICAÇÃO

Prosopopéia ou personificão é a figura que consiste em pensar seres inanimados ou irracionais como se eles fossem humanos, atribuindo-lhes linguagem, senti mentos e ações típicos dos seres humanos.
Veja o exemplo:

"O vento beija meus cabelos As ondas lambem minhas pernas O sol abraça o meu corpo." (Lulu Santos- Nelson Mota)

Nesses versos, ações humanas (beijar, lamber, abraçar) são atribuídas a elementos da natureza (vento, ondas sol). '

Observe outros exemplos:

``Olha o Tejo a sorrir-me." (Fernando Pessoa)

“Uma ilusão gemia em cada canto, Chorava em cada canto uma saudade!"

As árvores são tolas: se despem justamente quando começa o inverno.

A prosopopéia ou personificação é uma figura bastante utilizada em fábulas, nas quais os animais ganham características humanas. Nas fábulas, os animais falam, têm sentimentos, brigam, etc.
APOSTROFE

Apóstrofe ê a figura de pensamento que ocorre quando nos referimos a uma pessoa ou coisa que pode ser real ou imaginária, que pode estar presente ou ausente. A apóstrofe é utilizada para dar ênfase à expressão, uma vez que raramente o interlocutor está presente e muitas vezes ele é um ser abstrato ou um ser que não terá condições de ouvir nossa interpretação.
Observe :

"O mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal. " (Fernando Pessoa)

Nesse exemplo, o autor, para dar mais emotividade à sua fala, dirige-se ao mar que, obviamente, não vai compreender as palavras que lhe são dirigidas.
Veja outros exemplos:

“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! " (Castro Alves)

“Deus! Deus! onde estás que não respondes?" (Castro Alves)

“Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto .

O pronome “te" , nesse verso, refere-se à cidade d São Paulo, a interlocutora do poeta. Ele "fala" com a cidade, embora seja óbvio que esta interlocutora seja uma abstração .
FIGURAS DE SOM OU DE HARMONIA

Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ao longo de uma oração ou texto, ou ainda quando se procura "imitar" os barulhos e sons produzidos pelas coisas ou seres.

ALITERAÇÃO

Aliteração é a figura de som provocada pela incidência reiterada de algumas consoantes ou fonemas consonantes.

“Que um Fraco Rei Faz Fraca a forte gente! "

A letra de Caetano Veloso para a música `Pipoca moderna' é construída toda a partir de aliterações sobre os fonemas / n / e / p / . Leia em voz alta para perceber o efeito sonoro criado por essas aliterações:

e era Nada de Nem Noite de Nego Não
e era Nê de Nunca mais
e era Noite de Nê Nunca de Nada mais
e era Nem de Negro Não
Porém Parece que a golpes de Pê
de Pé de Pão
de Parecer Poder
(e era Não de Nada Nem)

Aqui, as aliterações marcam fortemente o ritmo ocorrerem a intervalos regulares. Esses intervalos não são, cada verso, nunca maiores que duas sílabas. A única exceção ocorre no verso ` `porém parece que a golpes de pê" onde o intervalo maior acentua a mudança do fonema te ma: a partir desse verso e nos dois que se seguem a aliteração recairá sobre o fonema / p / .
ASSONÂNCIA

Assonância é a repetição de vogais e de sílabas semelhantes, mas não idênticas.
Observe :

"Sou Ana, da cama da cana, fulana, bacana Sou Ana de Amsterdaim”.
(Chico Buarque de Holanda)

O segmento -ana aparece repetido cinco vezes ao longo dos três versos: às vezes, “Ana” é um segmento autônomo, uma palavra; outras, -ana aparece repetido no interior de outras palavras (em cana, fulana, bacana) . Se você. ler o. trecho em voz alta, vai perceber que -ama (de cama) e n primeiro -am de Amsterdam (perceba que o segundo -arri é urna grafia do fonema nasal / ã / , enquanto no primeiro pronunciamos o m) são sons muito próximos ao do segmento -ana.
É justamente a essa repetição de segmentos com sons semelhantes, em várias palavras de um mesmo texto, que chamamos assonância. Mas a assonância pode ainda ser obtida pela repetição de uma vogal:

PARONOMASIA

Paronomásia é a figura de som que consiste no emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras semelhantes no som, porém com significações diversas.
Observe:
“Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo! )".
(Ribeiro Couto)

Os termos “houve" (verbo haver) e “ouve" (verbo ouvir) coincidem do ponto de vista sonoro, embora se grafem e formas diferentes e tenham significados diversos. !~ coincidência sonora cria uma tensão semântica na poesia:. ela da novas significações à relação dos tempos presente e passado .

ONOMATOPÉIA

Onomatopéia é a palavra ou conjunto de palavras que representa um ruído ou som.
Nas histórias em quadrinhos, podemos encontrar inúmeros exemplos de onomatopéias: ` “click” sobre o desenho de uma máquina fotográfica; "cabranch" representando o barulho e uma explosão e acompanhando o desenho de uma casa em chamas; "bip! bip! bip!" para o barulho do alarme que pega um ladrão desprevenido; etc. onomatopéia nos quadrinhos é, em geral, um recurso para melhor representar as ações e os fatos, expressando o ruído que os acompanha na realidade.
Muitos os ruídos e sons representados por onomatopéias acabam por se incorporar ã língua. Algumas vão até motivar a criação, por derivação, de novas palavras:

o barulho do relógio tic-tac
a “voz” do gato miau!
a “voz” do galo cocoricó
a “voz” dos passarinhos piu-piu
o barulho de um apito trrrrriiiiiii
Conclusão

A língua portuguesa é extensa, as figuras de linguagem servem somente para deixar a linguagem mais bonita e diversificada.

Análise Sintática - orações


ASSUNTO: ANÁLISE SINTÁTICA

A DIVISÃO DO PERÍODO E A CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES

O PERÍODO será : SIMPLES: Quando contiver uma só oração que se chama absoluta.
COMPOSTO: Quando formado por duas ou mais orações.
O PERÍODO COMPOSTO será, de acordo com o conectivo que reja as suas orações:
1 - COMPOSTO POR COORDENAÇÃO - se todas suas orações forem simplesmente justapostas ou regidas por
e conectivos coordenativos.
2 - COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO - quando, excluída a oração principal, todas as suas orações forem regidas
por conectivo subordinativo (claro ou oculto).
Assim, as orações de um PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO classificar-se-ão em:
a)- ORAÇÕES ASSINDÉTICAS = se não tiverem conectivo.
b)- ORAÇÕES SINDÉTICAS = se forem regidas pelas CONJUNÇÕES COORDENATIVAS:
1.ADITIVAS: e, nem (= e não), também, não só ... mas também, bem como, que (= e) etc.
Ex: Ele descia a ladeira e vinha só.
2.ADVERSATIVAS: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, aliás, não obstante, ainda assim, etc.
Ex: Estudei muito, mas fui reprovado.
3.ALTERNATIVAS: ou (repetida ou não), ou ... ou, quer ... quer, seja ... seja, nem ... nem, já ... já, ora ... ora, etc.
Ex: Ou me retiro, ou tu te afastas.
4.CONCLUSIVAS: logo, pois (pospostas ao verbo), portanto, por isso, por conseguinte, conseguintemente, por
conseqüência, conseqüentemente, assim, então, por onde, daí, etc.
Ex: Os alicerces cederam, portanto o prédio caiu.
5. EXPLICATIVAS: que, porque, pois, porquanto, etc. Ex: Não saiam, pois o professor já vem.

ORAÇÕES SUBORDINADAS

Por sua vez, as ORAÇÕES SUBORDINADAS assim se dividem:
1.SUBSTANTIVAS: (têm valor de substantivos) - que são introduzidas pelas conjunções integrantes: QUE, SE, COMO:
As ORAÇÕES SUBSTANTIVAS se subdividem em:
1.1 - OBJETIVAS DIRETAS: quando completam o sentido de um verbo transitivo direto, ao qual se ligam diretamente
sem auxílio de preposição: Ex: Quero que venhas.
1.2 - OBJETIVAS INDIRETAS: que completam o sentido de um verbo transitivo indireto, ligando-se a este com auxílio
de uma preposição. Ex: Tudo depende de que venhas.
1.3 - PREDICATIVAS: que completam o sentido de um verbo de ligação. Ex: O meu desejo é que venhas.
1.4 - COMPLETIVAS NOMINAIS: que completam o sentido de um nome de significação incompleta (substantivo,
adjetivo ou advérbio), ao qual se ligam por meio de uma preposição.
Ex: Tenho certeza de que jamais os esqueceremos.
1.5 - APOSITIVAS: que vêm após dois pontos (:), explicando um termo anterior, funcionando exatamente como um
aposto. Ex: Só lhe digo isto: que jamais o esquecerei.
OBS: Vez por outra, a oração subordinada substantiva apositiva poderá vir sem o
conectivo expresso: este estará subentendido e a oração terá valor apositivo, assim:
Ex: Só te peço uma coisa: não deixes a porta aberta. (que não deixes a porta aberta).
1.6 - SUBJETIVAS: que funcionam como SUJEITO de um verbo, apresentando as seguintes características:
- exerce a função de SUJEITO de um verbo de outra oração, geralmente da anterior.
- liga-se à outra oração através das conjunções integrantes QUE, SE, COMO.
- a oração a que se liga tem o verbo na 3a pessoa do singular e nunca em outra;
- A oração a que se liga a SUBJETIVA tem uma destas características:
a)- Verbo na passiva pronominal (VTD na 3a pessoa do singular + pronome apassivador SE.
b)- Verbo na passiva analítica (Verbo SER, ESTAR, FICAR na 3a pessoa do singular +particípio do VTD);
c)- verbo de ligação na 3a pessoa do singular + predicativo.
d)- verbos intransitivos ou transitivos tomados intransitivamente na 3a pessoa do singular como: acontece,
urge, consta, parece, importa, convém, admira, cumpre, ocorre, etc., geralmente no princípio do período.
Exemplos:
Noticiou-se por aí que é duvidosa a vinda deles.
“Senhor, é bom que estejamos aqui”. (Mateus 17,4)
É arriscado que eles venham por este caminho.
Ficou combinado que elas viriam para os jogos olímpicos.
Importa que eles não conversem em sala.
Foi noticiado pelo rádio que um incêncio destruiu o edifício.
Cumpre que cheguem à hora certa.
Informou-se oficialmente que o Governador chagará amanhã.
2. ADJETIVAS: (têm valor de adjetivo) - que são introduzidas por pronomes relativos e se subdividem em:
a)- RESTRITIVAS: Restringem a significação do substantivo ou do pronome antecedente. Indispensável ao sentido da
frase. Não se separa por vírgula da oração principal.
Ex: O grande obstáculo que o grupo enfrenta é a travessia do Liso do Sussuarão.
b)- EXPLICATIVAS: Acrescentam uma qualidade acessória ao antecedente. Vêm entre vírgulas e, se retiradas do
período, não fazem falta ao sentido.
Ex: Grande sertão: veredas, que foi publicado em 1956, causou muito impacto.
As ORAÇÕES ADJETIVAS são introduzidas pelos PRONOMES RELATIVOS : QUE, quem (=aquele que), o qual, a qual, os quais, as quais, cujo (= do qual), cuja, cujos, cujas, ONDE (= no qual + variações), quanto, quantos, quanta, quantas, etc. Ex: “Minha terra tem palmeiras ONDE canta o sabiá”. (G.Dias)
O menino cujo pai eu vi é meu aluno.
“QUEM for brasileiro siga-me!” = Aquele que for brasileiro siga me!
Que você sinta a minha amizade em tudo quanto lhe ofereci.

3. ADVERBIAIS: que funcionam como adjunto adverbial de outra oração e vêm, normalmente, introduzidas por
conjunções subordinativas, exceto as integrantes (que introduzem as orações substantivas).

CLASSIFICAÇÃO DA ORAÇÃO ADVERBIAL

De acordo com a conjunção subordinativa ou locução conjuntiva que a inicie, a oração subordinada adverbial assim se classifica: Temporal - Causal - Final - Comparativa - Consecutiva - Concessiva - Conformativa - Condicional - Proporcional, conforme seja introduzida respectivamente por uma das CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS.

1. TEMPORAIS = quando, enquanto, logo que, desde que, apenas, até que, antes que, depois que, senão quando,
sempre que, assim que, todas as vezes que, cada vez que, etc.
Ex: Quando leio alguns poemas de João Cabral, formam-se várias figuras geométricas em minha mente.
2.CAUSAIS = porque, pois, porquanto, como (=porque), pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto
como etc. Ex: Como aqui a morte é tanta, vivo de a morte ajudar.
3. FINAIS = para que, a fim de que, que, porque (= para que) etc. Ex: Tudo farei para que tu voltes.
4. COMPARATIVAS = que, do que ( depois de: mais, menos, maior, menor, melhor, pior), qual (depois de tal), quanto
(depois de tanto), como, assim como, bem como, etc. Ex: Ela agia como um idiota.
5. CONSECUTIVAS = que (combinada com uma das palavras: tal, tanto, tão, tamanho, presentes ou latentes na oração
anterior) de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que (às vezes separadamente) etc.
Ex: Leu tanto as poesias de João Cabral que passou a escrever como ele.
6. CONCESSIVAS = embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, por menos que,
apesar de que, etc. Ex: Ainda que ela se esforce, não vai ter sucesso.
7. CONFORMATIVAS = conforme, segundo, consoante, como (= conforme), da mesma maneira que, de modo que,
assim como, bem como, como que, etc.
Ex: Conforme você já estudou, o lirismo decorre da preocupação do poeta com o próprio “eu”.
8.CONDICIONAIS: = se, salvo se, exceto se, caso, contanto que, sem que, a não ser que, dado caso que, a menos
que, etc. Ex: “... se o compadre soubesse rezar... trabalhávamos meias”.
9. PROPORCIONAIS = à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos,
quanto mais ... tanto mais, quanto menos ... tanto mais, etc.
Ex: À medida que crescia, ficava mais alienado de tudo.
Outros Exemplos:
1. “Antes que a Terra fosse feita, eu já existia”.
2. “É o que te digo: vou e vou, porque devo, porque quero, porque é do meus direito. “ (L.Barreto)
3. “... era uma manobra para chamar a atenção das tropas, a fim de que os jagunços saíssem...” (A.Arinos)
4. “As idéias amortecem como a brasa do cigarro.” (G. Ramos)
5. “O caminho é tão comprido que não tem fim. “ (J. de lima)
6. “Por mais que se busque o segredo dessa perfeição, ele ficará impenetrável”.
7. “Conforme declarei, Madalena possuía excelente coração.” (G. Ramos)
8. “Que emprego preferes? - O que quiser, meu tio, contanto que eu trabalhe.” (M. de Assis)
9. “Vão os hóspedes saindo do banquete, à proporção que outros chegam e ocupam o seu lugar”.(M. de A.)







AS ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS

Dá-se o nome de ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS às que não se iniciam por pronomes relativos nem por conjunção subordinativa e que têm VERBO numa das FORMAS NOMINAIS: INFINITIVO, PARTICÍPIO, GERÚNDIO.
Em geral, podem ser desenvolvidas em orações subordinadas, raramente em coordenadas, com o conectivo claro e o verbo no modo finito.
Classificam-se como as correspondentes desenvolvidas, acrescentando-se: reduzida de infinitivo, gerúndio ou particípio, conforme a forma nominal em que se encontre o verbo, como neste exemplo:
“Conhecendo o professor os alunos, não os teria castigado.”
Oração principal: Não os teria castigado.
Oração subordinada Adverbial condicional reduzida de gerúndio: Conhecendo o professor os alunos (Se o professor conhecesse os alunos).

São características das ORAÇÕES REDUZIDAS:
1. Não vêm introduzidas por conectivo.
2. Têm o verbo em uma das formas nominais: INFINITIVO, GERÚNDIO, PARTICÍPIO.
É, pois, a forma nominal do verbo que indica ser reduzida a oração. Havendo locução verbal, é o auxiliar que nos indica se estamos ou não diante de uma reduzida e qual o seu tipo. “Estamos viajando”, “tem estudado”, “somos amados” “é odiado” não constituem orações reduzidas, porque os auxiliares não se acham representados por uma forma nominal.

1. Oração reduzida de infinitivo
“Era bom ouvir o seu barulho”
(verbo no infinitivo)
Como classificar a oração reduzida? Basta desenvolvê-la, utilizando a conjunção ou o pronome relativo.
Assim: Era bom que ouvisse o seu barulho.
(Oração subordinada substantiva subjetiva)
Portanto, a oração “ouvir o seu barulho” é subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.

2. Oração reduzida de gerúndio
Vi um menino gritando desesperadamente pelas ruas.
(verbo no gerúndio)
Desenvolvendo a oração reduzida, temos: Vi um menino que gritava desesperadamente pelas ruas.
(Oração subordinada adjetiva restritiva)
Portanto, a oração “gritando desesperadamente pelas ruas” é subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio.

Observação: A oração reduzida de gerúndio pode aparecer também no período composto por coordenação. Veja:
Respondeu a mãe, derretendo-se de gosto. ( Respondeu a mãe e derreteu-se de gosto.)
Levantou-se da cadeira, fechando o jornal com decisão. (Levantou-se da cadeira e fechou o jornal com decisão.)

3. Oração reduzida de particípio
Terminada a leitura, foram passear.
(verbo no particípio)
Desenvolvendo a oração reduzida, temos: Quando terminaram a leitura, foram passear.
(Oração subordinada adverbial temporal)
Portanto, a oração “terminada a leitura” é subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.

EXERCÍCIOS

Classifique as orações subordinadas reduzidas nos seguintes períodos:
1.Insistir nisso é bobagem.
2.Minha vontade é beijá-la agora.
3.Querendo, venha comigo.
4.Mesmo estudando, não passarás.
5.Mesmo convidados, não iremos.
6.Pressionada por todos, ela cedeu.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Dissertação


Dissertação

Dissertar é desenvolver uma idéia, uma opinião, um conceito ou tese sobre um determinado assunto. Como outras formas de redação a dissertação se apóia em alguns elementos:
Introdução ou Prólogo- Apresenta-se ao leitor o assunto que será discutido. Aparece a idéia central do texto já sugerido, "pistas" do desenvolvimento dessa idéia.
Desenvolvimento ou explanação mergulha-se no assunto expondo-se fatos e argumentos em favor da idéia central.
Conclusão ou Fecho- Encerra-se a redação fechando a idéia e concluindo o ponto de vista exposto.
A dissertação pode ser expositiva ou argumentativa.
A dissertação expositiva apresenta e discute um assunto de forma impessoal, explicando-a da maneira mais clara e objetiva possível.
Ex: "O estudo do meio é muito importante para a formação dos jovens", "A viagem promovida pela turma vai no proporcionar o conhecimento de piscinas, quadras de esportes, discotecas e salão de jogos, sendo assim Pedrinho não poderia perder essa oportunidade.
A dissertação argumentativas apresenta provas e argumentos para convencer o leitor do assunto que trata.
Ex: Estudar constantemente sem descanso, pode ser perigoso para a saúde do estudante.Estudos provam que o nível de "stress" dos adolescentes, nos meses de junho e novembro aumenta 50%.
Portanto deixar o Léo faltar a aula hoje contribuirá sensivelmente para diminuir seu nível de "stress".
Narração (Onde o escritor é você)
Para se escrever um texto narrativo precisa-se saber de tudo que será comentado na história; por exemplo se eu for contar uma história sobre o espaço, eu terei que saber o que existe lá, e pelo menos ter uma pequena noção de como é o espaço, como ele funciona e etc...
Em um texto narrativo pode-se misturar fatos científicos e ficção.
Descrição (objetiva)
Havia um bolo sobre a mesa, num prato branco e redondo, coberto de creme também marrom e raspas de chocolate, parecia macio e exalava cheiro de cacau.
Descrição (subjetiva)
O bolo sobre a mesa, atraia olhos e narizes círculo marrom perfumado a destacar-se no prato claro, em sua cobertura de creme e raspas de chocolate, despertavam desejos e gulodices das pessoas que rodeavam a mesa.
Descrição (de processo)
Misture 3 (três) xícaras de farinha, 2 (duas) de açúcar, e uma de chocolate em pó, peneirados, e uma colher de sopa de fermento. Adicione 2 (dois) ovos inteiros, meia xícara de óleo e um copo de água fervendo; misture bem e asse durante 20 minutos em forno previamente aquecido.

Saber falar


O idioma é o instrumento de comunicação de um povo. Mas se para os povos primitivos era suficiente comunicar, para os povos modernos comunicar bem é uma arte necessária. Portanto, falar não é suficiente. É preciso saber falar. Um idioma representa uma nação. Infelizmente, podemos considerar que falar bem entre nós é privilégio de uma elite. O desconhecimento das regras gramaticais e do vocabulário é impressionante.
Há desinteresse pelo nosso idioma, e esse desinteresse reflete-se no processo de raciocínio e, naturalmente, na arte de conversar. A pobreza de sinônimos num idioma que os tem com fartura, a indolência na expressão num idioma ricamente expressivo são consideradas características tão normais, que não raro fazem parte do comportamento de pessoas cultas. Evidentemente, o mesmo destino tem a palavra escrita. Quem sabe escrever bem o português no Brasil constitui exceção à regra, quando não deveria passar de obrigação de quem tem a possiblidade de estudar.

Abreviaturas


Abreviaturas


A

Abrev. = abreviatura
Acúst. = acústica
Ades. = adesivo
Adm.. = administração
Aer. = aeronáutica
Agr. = agrimensura
Al. = alquimia
Aleg. = alegoria
Alg. = álgebra
Anat. = anatomia
Antron. = antropologia
Ap. = aparelho
Aperf. Fís. = aperfeiçoamento físico
Apicult. = apicultura
Arit. = aritmética
Arqueol. = arqueologia
Arquit. = arquitetura
Art. Bél. = arte bélica
Art. Belig. Arte beligerante
Artif. = artifício
Art. Cinemat. = arte cinematográfica
Art. Escr. = arte de escrever
Art. Fotogr. = arte fotográfica
Astron. = astronomia
Atmosf. = atmosfera
Astronaut. = astronáutica
Autom. = automobilismo
Av. = aviação


B

Bact. = bacterologia
Beb. Àlc. = bebida alcoólica
Bibliogr. = bibliografia
Bijut. = bijuteria
Biogr. = biografia
Biofís. = biofísica
Biotip. = biotipologia
Bioq. = bioquímica
Bot. = botânica
Bras. = brasileirismo


C

Calend. = calendário
Calor. = caloria
Cineg. = cinegética
Ciên. = ciência
Cir. = cirurgia
Climat. = climatologia
Comer. = comércio
Comem. = comemoração
Cond. = condução
Const. = construção
Cont. = contabilidade
Coreog. = coreografia
Crend. = crendice
Cronol. = cronologia
Cost. = costume
Cut. = cutelaria


D

Demogr. = demografia
Dep. = depósito
Des. = desenho
Diplom. = diplomacia
Dir. = direto
Dir. can. = direito canônico


E

Econ. Polít. = economia política
Edif. = edifício
Eletr. = eletricidade
Eletron. = eletrônica
Embriol. = embriologia
Eng. = engenharia
Enol. = enologia
Entom. = entomologia
Epidemiol. = epidemiologia
Espir. = espiritismo
Escolást. = escolástica
Esp. = esporte
Equit. = equitação
Estat. = estatística
Estét. = estética
Etnogr. = etnografia
Etnol. = etnologia
Exped. = expedição


F

Farmac. = farmacologia
Festv. = festividade
Fetich. = fetichismo
Filat. = filatelia
Filol. = filologia
Filos. Ou Fil. = filosofia
Fin. = finanças
Fís. = física
Fisiol. = fisiologia
Folcl. = folclore
Font. Ener. = fonte de energia
Fot. = fotografia
Fotom. = fotometria


G

Galvanogr. = galvanografia
Geneal. = genealogia
Genet. = genética
Geod. = geodésia
Geof. = geofísica
Geogr. Ou Geog. = geografia
Geol. = geologia
Geom. = geometria
Gramát. Ou Gram. = gramática


H

Hagiogr. = hagiografia
Heral. = heráldica
Hidrod. = hidrodinâmica
Hidrogr. = hidrografia
Hip. = hipismo
Hist. = história
Hist. Nat. = história natural
Histol. = histologia
Hortic. = horticultura


I

Ictiol. = ictiologia
Impr. = imprensa
Ind. Gráf. = indústria gráfica
Intr. Mus. = instrumento musical
Invest. = investidura


L

Laticín. = laticínios
Legis. = legislação
Lit. = liturgia
Liter. = literatura
Lingüst. = lingüística
Loc. De Anal. = local de análise
Log. = lógica
Lograd. Públ. = logradouro público
Ludol. = ludologia


M

Máq. Ind. = máquina industrial
Mar. = marítimo
Mat. = matemática
Mat. Sint. = material sintético
Mec. = mecânica
Med. = medicina
Met. ou Meteor. = meteorologia
Metal. = metalurgia
Metaf. = metafísica
Metrol. = metrologia
Micol. = micologia
Mil. = militar, milícia
Mím. = mímica
Miner. = mineralogia
Mitol. = mitologia
Mobil. = mobiliário
Mod. = moda
Morf. = morfologia
Mov. E Uteus. = móveis e utensílios
Mús. = música


N

Nacion. = nacionalidade
Náut. = náutica
Nesogr. = nesografia
Numism. = numismática


O

Obj. = objeto
Obstetr. = obstetria
Odont. = odontologia
Ofíd. = ofídios
Ópt. = óptica
Org. Educ. = organização educacional
Org. Nac. = organização nacional
Ornat. = ornamento
Ornit. = ornitologia


P

Paleogr. = paleografia
Paleont. = paleontologia
Paleol. = paleologia
Paleozol. = paleozologia
Pat. ou Patol. = patologia
Paviment. = pavimentação
Ped. = pedagogia
Perf. = perfumaria
Pet. = petrografia
Pint. = pintura
Pirotec. = pirotecnia
Pisc. = pisciculatura
Poét. = poética
Polít. = política
Potam. = potamografia
Prod. = produto
Prod. Ol. = produto oleoso
Prod. Sint. = produto sintético
Prof. = profilático
Psic. = psicanálise
Psicol. = psicologia


Q

Quím. = química


R

Radiotéc. = radiotécnica
Rel. Ext. = relações exteriores
Relg. ou Rel. = religião
Recr. Esp. = recreação esportiva
Recr. Lúd. = recreação lúdica
Ret. = retórica


S

Saneament. Bás. = saneamento básico
Silvicult. = silvicultura
Símb. = símbolo
Sociol. = sociologia
Supl. = suplício


T

Tab. = tabacaria
Taquigr. = taquigrafia
Taur. = tauromaquia
Trad. = tradução
Técn. - técnica
Tecnol. = tecnologia
Teat. = teatro
Teol. = Teologia
Ter. = teratologia
Terap. = terapêutica
Tipogr. = tipografia
Tít. Honor .= título honorifico
Topogr. = topografia
Tox. = toxicologia
Trad. = tradução
Transp. = transporte
Trig. = trigonometria
Turism. = turismo


U

Umb. = umbanda
Utens. Domést. = utensílio doméstico


V

V. = vide
Vinic. = vinicultura
Veter. = veterinária


Z

Zool. = zoologia
Zootec. = zootecnia