quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Concordância Verbal


1. verbo com sujeito simples

O verbo concorda em número e pessoa, não interessando a posição.

Ex.: Ele chegou tarde.

Nós voltaremos logo.

Chegaram os alunos.

2. sujeito composto antes do verbo

a) o verbo vai para o plural:

Exemplo: Recife e Jaboatão dos Guararapes são as principais cidades do litoral pernambucano.

b) o verbo poderá ficar no singular:

  • Se os núcleos do sujeito forem sinônimos.

Exemplo: A decência e honestidade é coisa rara nos dias atuais.

  • Quando os núcleos formam uma gradação.

Exemplo: A angústia, a solidão, a falta de companhia levou-o ao vício da bebida.

  • Quando os núcleos aparecem resumidos por tudo, nada, ninguém.

Exemplo: Diretores, gerentes, supervisores, ninguém faltou.

A ameaça, o terrorismo, a agressão, nada o assustava.

3. sujeito composto depois do verbo

a) o verbo vai para o plural

Chegaram ao estádio os jogadores e o técnico.

Cambaleavam na rua Do Carmo e Dirceu.

b) o verbo concorda com o núcleo mais próximo

Chegou ao estádio o técnico e os jogadores.

4. sujeito composto de pessoas diferentes

a) quando aparece a 1ª pessoa do singular o verbo vai para o plural

Exemplo: Jorge e eu jogaremos amanhã.

O professor e eu fotografamos vários tipos de pássaros.

b) se o sujeito for formado de segunda e terceira pessoas do singular, o verbo pode ir para a 2ª ou 3ª pessoa do plural.

Exemplo: Tu e ele ficareis atentos.

Tu e tua esposa viajarão cedo.

5. núcleos do sujeito ligados por OU

a) se houver idéia de exclusão ou retificação, o verbo fica no singular ou concordará com o núcleo do sujeito mais próximo.

Exemplo: Paulo ou George será o novo gerente.

O marginal ou os marginais não deixaram nenhuma pista para os policiais.

b)se não houver idéia de exclusão o verbo vai para o plural.

Exemplo: A bebida ou o fumo são prejudiciais à saúde.

6. núcleos do sujeito ligados por COM

O verbo irá para o plural, mas admite-se o singular quando se quer destacar o primeiro núcleo do sujeito.

Exemplo: O marceneiro com o pintor terminaram o serviço combinado.

O marceneiro com o pintor terminou o serviço combinado.

7. sujeito coletivo

Quando o sujeito é um coletivo, o verbo concorda com ele.

Exemplo: A multidão aplaudiu o discurso do diretor.

As boiadas seguiam seu caminho pelo pantanal.

Observação: se o coletivo vier especificado o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Exemplo: A equipe de cinegrafistas acompanhou o protesto dos professores pelas ruas do Recife.

A equipe de cinegrafistas acompanharam o protesto dos professores pelas ruas do Recife.

8. sujeito é substantivo que só tem plural.

Quando o sujeito é um substantivo usado somente no plural, há duas possibilidades:

a) se o substantivo não vier precedido de artigo fica no singular.

Exemplo: Estados Unidos é a maior potência econômica do mundo.

b) se o substantivo for precedido de artigo, o verbo vai para o plural.

Exemplo: As Minas Gerais possuem grandes paisagens naturais.

9. sujeito é um pronome de tratamento.

Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo vai para a 3ª pessoa.

Exemplo: Vossa Excelência agiu corretamente.

Vossas Excelências votaram a nova lei.

10. sujeito são os pronomes relativos QUE e QUEM

a) se o sujeito for o pronome relativo QUE, o verbo concordará em número e pessoa com o antecedente do pronome.

Exemplo: Fui eu que liguei o rádio.

Fomos nós que consertamos a TV.

b) se o sujeito for o pronome QUEM, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Não sou eu quem faz o jantar.

Fui eu quem pagou o jantar.

Observação: Popularmente é comum o verbo concordar com o antecedente do pronome QUEM.

Exemplo: Não sou eu quem faço o jantar.

11. o sujeito é uma oração

Quando o sujeito for representado por uma oração, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Ainda falta comprar vários livros.

Não adianta vocês ficarem parados na fila.

12. os núcleos do sujeito são infinitivos

O verbo vai para o plural se os infinitivos forem determinados por artigos. Caso os infinitivos não aparecerem determinados o verbo poderá ficar no singular.

Exemplo: Correr e caminhar é um ótimo exercício.

O cantar e o dançar divertem qualquer pessoa.

13. Verbo com a partícula apassivadora SE

O verbo normalmente concorda com o sujeito.

Exemplo: Vende-se uma geladeira.

Vendem-se carros.

14. Verbo com índice de indeterminação do sujeito.

O verbo fica na 3ª pessoa do singular e a partícula a SE está ligada a um verbo transitivo indireto ou intransitivo.

Exemplo: Precisa-se de pedreiros.

Trabalha-se muito em Brasília.

15. Sujeito formado por expressões

  • Um ou outro

O verbo concorda no singular com o sujeito.

Exemplo: Um ou outro jogador merecia críticas.

Um ou outro levava a irmã ao colégio.

  • Um e outro, nem um nem outro, nem... nem...

O verbo concorda preferencialmente no plural.

Exemplo: Um e outro permaneciam aguardando a chamada.

Nem um nem outro quiseram tomar banho.

  • Um dos que, uma das que

O verbo vai, de preferência, para o plural.

Exemplo: Antônio é um dos que mais estudam matemática.

  • Mais de, menos de

O verbo concorda com o numeral a que se refere.

Exemplo: Mais de um aluno apresentou a pesquisa de campo.

Mais de cem menores fugiram do presídio.

  • A maior parte de, grande número de

Essas expressões seguidas de substantivos ou pronome no plural, o verbo pode ir para o singular ou para o plural.

Exemplo: Grande número de empresários se revoltou contra o governo.

A maioria das pessoas protestaram contra o aumento da energia elétrica.

  • Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós

O verbo concordará com os pronomes nós ou vós ou concordar na 3ª pessoa do plural.

Exemplo: Alguns de nós chegaram hoje.

Muitos de nós não conhecemos as leis.

Observação

Se o pronome indefinido ou interrogativo estiver no singular, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Nenhuma de nós ouviu a notícia.

16. Haja vista

Podem ocorrer as seguintes concordâncias:

  • A expressão fica invariável

Exemplo: Haja vista aos livros da escola. (atente-se)

Haja vista os livros da escola. (por exemplo)

  • A expressão vai para o plural

Exemplo: Hajam vista os livros da escola. (vejam-se)

17. Concordância dos verbos DAR, SOAR, BATER

Esses verbos concordam regularmente com o sujeito, a não ser que sejam usadas outras palavras como sujeito.

Exemplo: Batiam cinco horas quando o alarme tocou.

Deu quatro horas e ninguém foi visto.

18. Concordância dos verbos impessoais

Ficam na 3ª pessoa do singular, pois não possuem sujeito.

Exemplo: Havia cinco anos que moravam em Portugal.

Chovia muito naquela noite.

Faz dois meses que recebemos a carta.

Observação

  • Quando acompanhado de verbo auxiliar, esse fica invariável na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Devia haver cinco anos que não falávamos com Rita.

  • Verbos que exprimem fenômenos da natureza usados em sentido figurado deixam de ser impessoais.

Exemplo: Choviam lágrimas de seus olhos.

  • Popularmente é comum usar o verbo TER como impessoal no lugar de haver ou existir.

Tem cinco anos que moravam em Portugal.

19. Concordância do verbo SER

O verbo SER ora concorda com o sujeito ora concorda com o predicativo.

  • Quando o sujeito for um dos pronomes QUE ou QUEM o verbo SER concordará obrigatoriamente com o predicativo.

Exemplo: Que são homônimos?

Quem foram os vencedores do campeonato?

  • O verbo SER concordará com o numeral na indicação de tempo, dias, distância.

Exemplo: É uma hora da madrugada.

São dezenove horas em ponto.

  • Quando o sujeito for os pronomes tudo, o, isso, aquilo, isto o verbo SER concorda, preferencialmente, com o predicativo, mas poderá concordar com o sujeito.

Exemplo: Tudo são flores no início da relação.

Isto são fenômenos da natureza.

  • Quando aparece nas expressões é muito, é pouco, é bastante o verbo SER fica no singular, quando indicar quantidade, distância, medida.

Exemplo: Quatro reais é pouco para irmos ao cinema.

Seis quilos de feijão é mais do que pedi.

20. Concordância do verbo PARECER

O verbo PARECER antes de infinitivos admite duas concordâncias:

  • O verbo PARECER se flexiona e o infinitivo não varia.

Exemplo: As paredes do prédio pareciam estremecer.

  • Não varia o verbo PARECER e o infinitivo é flexionado.

Exemplo: Os alunos parecia concordarem com o diretor da escola.

  • O verbo PARECER concordará no singular, usando-se oração desenvolvida.

Exemplo: As paredes parece que estão estremecidas.

Concordância Nominal


Regra geral: o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo. (Gênero refere-se a masculino ou feminino; número refere-se a singular ou plural.) Suponhamos:

Não conhecia a fundo o idioma pátrio.
Os alunos foram classificados por ordem alfabética.
As alunas foram classificadas por critério desconhecido.

No caso de dois adjetivos e um substantivo:

A curto e médio prazos:

Ambas as construções assim estão corretas. No primeiro caso, o substantivo prazo não variou e concorda com o substantivo mais próximo. Acrescente-se que é o adjetivo que deve concordar com o substantivo. No segundo caso, o substantivo prazo aparece flexionado; contraria-se aqui a hierarquia gramatical, pois o substantivo é que está subordinado ao adjetivo e não o contrário. Contraria a hierarquia, mas não fere a regra e ambas as construções são legítimas. Outros exemplos:

Revelou bondade e docilidade humana.

O objetivo ficou no singular, concordando com o substantivo mais próximo. O adjetivo está qualificando o substantivo docilidade tão-somente; quando se diz:

Revelou bondade e docilidade humanas.

Ambos os substantivos ficam separadas e não formam um todo; temos duas partes distintas e a adjetivo está qualificando ambos os substantivos. Trata-se no caso muito mais de um problema estilístico que gramatical. Vejam-se ainda:

O segundo, terceiro e quarto objetivos.
O segundos, terceiro e quarto objeti
vo.
O primeiro e o segundo concorrent
e.
O primeiro e o segundo concorrent
es.

No primeiro caso, o substantivo foi para o plural, concordando com os vários adjetivos; no segundo, o substantivo ficou no singular, acompanhando o adjetivo mais próximo; no terceiro, o substantivo ficou no singular, concordando com o adjetivo mais próximo; no quarto, o substantivo foi para o plural, concordando com os adjetivos.
Não só o adjetivo, mas também o artigo e o numeral, regra geral, concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem:

Dois cheques voltaram carimbados por falta de fundos.
Os auxiliares de escritório caíram na gargalhada...

Os casos especiais de concordância nominal são os seguintes:

1. Se o adjetivo se referir a um só substantivo, concordará com ele em gênero e número:

Páginas recolhidas

2. Se o adjetivo se referir a dois ou mais substantivos do mesmo gênero e do singular, concordará quanto ao gênero deles e quanto ao número irá para o singular ou plural:

Prática e técnica trabalhistas.
Persistência e competência dignas de inveja.
Arrojo e esforço dignos...
A curto e longo prazo.

O substantivo tanto pode ficar no singular como no plural.

3. Se o adjetivo (precedendo o substantivo) se referir a substantivos no singular, mas de gêneros diferentes, concordará com o mais próximo:

Será estabelecido novo procedimento e política de crédito.
Será estabelecida nova política e procedimento de crédito.

Se o adjetivo aparecer depois dos substantivos, poderá ficar no singular ou plural ou concordar com o mais próximo:

Serão estabelecidos política e procedimento de crédito novos.
Será estabelecida política e procedimentos de crédito novo.

4. Se o adjetivo se referir a substantivos do mesmo gênero, mas de números diferentes, permanecerá no gênero deles e irá para o plural:

Garotas e meninas famosas.
Menina e garotas famosas.

5. Se o adjetivo se referir a vários substantivos de gênero diferente e do plural, permanecerá no plural masculino ou concordará com o mais próximo:

Executivos e funcionárias caprichosos.
Executivos e funcionárias caprichosas.

6. Se o adjetivo se referir a diferentes substantivos de gênero e número diferentes, pode concordar com o mais próximo ou ir para o plural:

Cartas e relatórios bem datilografados.
Relatório e cartas bem datilografadas.

7. As palavras anexo e incluso concordam com o nome a que se referem:

Segue anexo um relatório.
Seguem anexos dois relatórios.
Segue inclusa um cópia.
Seguem inclusas duas cópias.

8. Quanto às expressões o mais possível, o melhor possível, o pior possível, quanto possível e outras semelhantes, a gramática determina que o adjetivo possível seja invariável.

Clientes o mais possível pontuais quanto ao pagamento de duplicatas.
Clientes o mais pontuais possível quanto ao pagamento de duplicatas.
Clientes quanto possível pontuais quanto ao pagamento de duplicatas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Regência Verbal

Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal.

A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre).

  • alguns verbos e seu comportamento:

ACONSELHAR (TD e I)

Aconselho-o a tomar o ônibus cedo.

Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo.

AGRADAR

* no sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição).

Agrado minhas filhas o dia inteiro.

Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.

* no sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a").

As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.

AGRADECER

* TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Agradecer-lhe-ei os presentes.

Agradeceu o presente ao seu namorado.

AGUARDAR (TD ou TI)

Eles aguardavam o espetáculo.

Eles aguardavam pelo espetáculo.

ASPIRAR

* No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição).

Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.

* No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a").

Ele aspira à carreira de jogador de futebol.

Não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)

ASSISTIR

* No sentido de ver ou ter direito (TI - preposição A).

Assistimos a um bom filme.

Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.

* No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a preposição A)

Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos.

Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.

* No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.

Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.

Não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)

ATENDER

* Atender pode ser TD ou TI, com a preposição a.

Atenderam o meu pedido prontamente.

Atenderam ao meu pedido prontamente.

No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto

No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a.

Se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os)

CERTIFICAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de algo.

Observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino (que exija o artigo)

Certifico-o de sua posse.

Certifico-lhe que seria empossado.

Certificamo-nos de seu êxito no concurso.

Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos.

CHAMAR

* TD, quando significar convocar.

Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.

* TI, com a preposição POR, quando significar invocar.

Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

* TD e I, com a preposição A, quando significar repreender.

Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula.

Chamei-o à atenção.

A expressão "chamar a atenção de alguém" não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam)

* Pode ser TD ou TI, com a preposição A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto) pode vir precedida da preposição DE, ou não.

Chamaram-no irresponsável.

Chamaram-no de irresponsável.

Chamaram-lhe irresponsável.

Chamaram-lhe de irresponsável.

CHEGAR, IR (Intransitivo)

Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação.

Esses verbos exigem a preposição A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência.

Quando houver a necessidade da preposição A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá crase (Vou à Bahia)

* no emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM.

Cheguei tarde à escola.

Foi ao escritório de mau humor.

* se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.

Se for eleito, ele irá para Brasília.

* quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.

Cheguei no ônibus da empresa.

A delegação irá no vôo 300.

COGITAR

* Pode ser TD ou TI, com a preposição EM, ou com a preposição DE.

Começou a cogitar uma viagem pelo litoral.

Hei de cogitar no caso.

O diretor cogitou de demitir-se.

COMPARECER (Intransitivo)

Compareceram na sessão de cinema.

Compareceram à sessão de cinema.

COMUNICAR (TD e I)

* Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI.

Comunico-lhe meu sucesso.

Comunico meu sucesso a todos.

CUSTAR

* No sentido de ser difícil será TI, com a preposição A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto.

Custou-me acreditar em Hipocárpio.

Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.

* no sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a preposição A.

Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.

* no sentido de ter preço será intransitivo.

Estes sapatos custaram R$ 50,00.

DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)

Desfrutei os bens de meu pai.

Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam.

ENSINAR - TD e I

Ensinei-o a falar português.

Ensinei-lhe o idioma inglês.

ESQUECER, LEMBRAR

* quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.

Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó.

* constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome.

Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante.

FALTAR, RESTAR E BASTAR

* Podem ser intransitivos ou TI, com a preposição A.

Muitos alunos faltaram hoje.

Três homens faltaram ao trabalho hoje.

Resta aos vestibulandos estudar bastante.

IMPLICAR

* TD e I com a preposição EM, quando significar envolver alguém.

Implicaram o advogado em negócios ilícitos.

* TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar.

Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade.

Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.

* TI com a preposição COM, quando significar antipatizar.

Não sei por que o professor implica comigo.

Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios)

INFORMAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

Informei-o de que suas férias terminou.

Informei-lhe que suas férias terminou.

MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intransitivo)

* Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece.

Moro em Londrina.

Resido no Jardim Petrópolis.

Minha casa situa-se na rua Cassiano.

NAMORAR (TD)

Ela namorava o filho do delegado.

O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.

OBEDECER, DESOBEDECER (TI)

Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?

  • Verbos TI que admitem formação de voz passiva:

PAGAR, PERDOAR

São TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Paguei a conta ao Banco.

Perdôo os erros ao amigo.

As construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais

PEDIR (TD e I)

* Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.

Pediram-lhe perdão.

Pediu perdão a Deus.

PRECISAR

* No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).

O mecânico precisou o motor do carro.

* No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).

Preciso de bom digitador.

PREFERIR (TD e I)

* Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.

Preferia um bom vinho a uma cerveja.

PROCEDER

* TI, com a preposição A, quando significar dar início ou realizar.

Os fiscais procederam à prova com atraso.

Procedemos à feitura das provas.

* TI, com a preposição DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.

O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu.

Esta madeira procede do Paraná.

* Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter fundamento.

Suas palavras não procedem!

Aquele funcionário procedeu honestamente.

QUERER

* No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD).

Quero meu livro de volta.

Sempre quis seu bem.

* No sentido de querer bem, estimar (TI - preposição A).

Maria quer demais a seu namorado.

Queria-lhe mais do que à própria vida.

RENUNCIAR

* Pode ser TD ou TI, com a preposição A.

Ele renunciou o encargo.

Ele renunciou ao encargo.

RESPONDER

* TI, com a preposição A, quando possuir apenas um complemento.

Respondi ao bilhete imediatamente.

Respondeu ao professor com desdém.

Nesse caso, não aceita construção de voz passiva.

* TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)

Ele apenas respondeu isso e saiu.

REVIDAR (TI)

Ele revidou ao ataque instintivamente.

SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI)

* Com a preposição COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.

Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.

SOBRESSAIR (TI)

* Com a preposição EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se.

Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.

VISAR

* no sentido de ter em vista, objetivar (TI - preposição A)

Não visamos a qualquer lucro.

A educação visa ao progresso do povo.

* No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)

Ele visava a cabeça da cobra com cuidado.

Ele visava os contratos um a um.

Se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s)

São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como complemento, estando em seu lugar a ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir.

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se, não admitem plural. É que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia)

* Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em), almejar (por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar (com), desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a), precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a), versar (sobre) - lista de Pasquale e Ulisses.

Regência Nominal

Regência Nominal é a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. A Regência Nominal determina qual é a preposição que devemos usar. Observe que não há regras específicas, pois a regência de uma palavra é um caso particular. Cada palavra pede seu complemento e rege sua preposição.

Exemplos:

Ela fez referência (substantivo) a este evento (complemento nominal).
(Quem faz referência faz referência a alguma coisa)

Eles tem necessidade (substantivo) de dinheiro (complemento nominal).
(Quem tem necessidade tem necessidade de alguma coisa)


A seguir, você terá vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que regem. Procure associar esses nomes entre si ou aos verbos de que derivam.


SUBSTANTIVOS:

admiração a, por;
aversão a, para, por;
atentado a, contra;
bacharel em;
capacidade de, para;
devoção a, para com, por;
doutor em;
dúvida acerca de, em, sobre;
horror a;
impaciência com;
medo a, de;
obediência a;
ojeriza a, por;
proeminência sobre;
respeito a, com, para com, por.

Observação: O substantivo medo rege também a preposição "a", mas surge mais freqüentemente acompanhado da preposição "de".


ADJETIVOS:

acessível a;
contíguo a;
generoso com;
acostumado a, com;
contrário a;
grato a, por;
afável com, para com;
curioso de, por;
hábil em;
agradável a;
descontente com;
habituado a;
alheio a, de;
desejoso de;
idêntico a;
análogo a;
diferente de;
impróprio para;
ansioso de, para, por;
entendido em;
indeciso em;
apto a, para;
equivalente a;
insensível a;
ávido de;
escasso de;
liberal com;
benéfico a;
essencial a, para;
natural de;
capaz de, para;
fácil de;
necessário a;
compatível com;
fanático por;
nocivo a;
contemporâneo a, de;
favorável a;
paralelo a;
parco em, de;
propício a;
semelhante a;
passível de;
próximo a, de;
sensível a;
preferível a;
relacionado com;
prejudicial a;
relativo a;
suspeito de;
prestes a;
vazio de;
satisfeito com, de, em, por.


ADVÉRBIOS:

longe de; perto de.

Os advérbios terminados em "-mente" tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:

paralela a, paralelamente a;
relativa a, relativamente a.

Quando o complemento de um nome ou verbo tiver a forma de oração reduzida de infinitivo, não se deve fazer a contração da preposição com o eventual sujeito desse infinitivo. A preposição, afinal, introduz toda a oração, e não apenas o sujeito dela. É bom lembrar que o sujeito jamais é introduzido por preposição.

Exemplos:

Existe a possibilidade de eles participarem (e não "deles participarem") do festival de música.

É hora de as noções de civilização contaminarem as mentes e gestos dos brasileiros. (e não "das noções")

A questão consiste em os brasileiros adotarem medidas mais rigorosas contra as infrações de trânsito. (e não "consiste nos ")