segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Numeral

NUMERAL
Numeral é a classe gramatical que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência.
Exemplos: 1. Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. [quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"]
2.Eu quero café duplo, e você?
...[duplo: numeral = atributo numérico de "café"]
3.A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"]
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
Classificação dos Numerais
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Leitura dos Numerais
Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção e.
Por exemplo:
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis. 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
FLEXÃO DOS NUMERAIS
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc. Os demais cardinais são invariáveis. Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Letramento

Designa-se por letramento o resultado da ação de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita .
Surge um novo sentido para o adjetivo letrado, que significava apenas “que, ou o que é versado em letras ou literatura; literato” , e que agora passa a caracterizar o indivíduo que domina a leitura, ou seja, que não só sabe ler e escrever (atributo daquele que é alfabetizado), mas também faz uso competente e frequente da leitura e da escrita. Fala-se no letramento como ampliação do sentido de alfabetização e como prática social que favorece aos sujeitos interpretar os discursos veiculados socialmente.
O nível de letramento é determinado pela variedade de gêneros de textos escritos que a criança ou adulto reconhece. Segundo essa corrente, a criança que vive em um ambiente em que se leem livros, jornais, revistas, bulas de remédios, receitas culinárias e outros tipos de literatura (ou em que se conversa sobre o que se leu, em que uns leem para os outros em voz alta, leem para a criança enriquecendo com gestos e ilustrações), o nível de letramento será superior ao de uma criança cujos pais não são alfabetizados, nem outras pessoas de seu convívio cotidiano lhe favoreçam a atuação na sociedade grafocêntrica. Além da questão dos diferentes graus de letramento destacam-se ainda a variedade dos mesmos, podendo referir-se conforme Rojo (2012) - Multiletramento na escola. São Paulo: Parábola, 2012, a letramento digital, letramento científico, letramento visual, multiletramento, dentre outros.
Estudiosos afirmam que são muitos os fatores que interferem na aprendizagem da língua escrita, entretanto estudos recentes incluem entre estes fatores o nível de letramento. Paulo Freire afirma que "na verdade, o domínio sobre os signos linguísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da 'leitura' do mundo , que aqui chamamos de letramento.
E atualmente, o ensino passa por uma revisão, haja vista que as pesquisa Provinha_Brasil tem comprovado que embora escolarizada, um volume considerável de estudantes apresenta grau insatisfatório de letramento. Ela(e) lê o que está escrito, mas não consegue compreender, interpretar o que leu e isso pode acarretar algumas limitações, pois se ele não interpreta ou compreende corretamente, ele poderá ter dificuldades de aprendizagem em diferentes disciplinas escolares. De acordo com Freire (1989, p. 58-9), “(...) o ato de estudar, enquanto ato curioso do sujeito diante do mundo é expressão da forma de estar sendo dos seres humanos, como seres sociais, históricos, seres fazedores, transformadores, que não apenas sabem mas sabem que sabem.”
Sendo assim, o professor tem um primordial papel no sentido de transformar esta pessoa alfabetizada, em uma pessoa letrada e isso se dá através de incentivos variados, no que diz respeito à leitura de diversas tipologias textuais e também utilizando-se de exercícios de interpretação e compreensão de diferentes tipos de textos, em que vários tipos de ferramentas podem ser utilizados. Podem ser usados materiais mais convencionais como livros, revistas, jornais, entre outros e materiais mais modernos como Internet, blogs, e-mails, etc. Também existem muitos jogos, materiais lúdicos e brincadeiras que incorporam a leitura e tornam o aprendizado mais natural e um pouco mais instintivo - principalmente por parte das crianças.5
Portanto, mais importante que decodificar símbolos (letras e palavras), é preciso compreender a funcionalidade da linguagem em suas representações oral e escrita, pois é assim que o sujeito exerce sua cidadania e tem mais oportunidades de agir no mundo de forma autônomo e crítica.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Separação silábica

A divisão silábica das palavras, além de representar um assunto que porventura se torna alvo de alguns questionamentos, concebe-se como fator de notável importância, dadas as habilidades que precisamos ter em situações específicas de interlocução, mais precisamente quando se trata da linguagem escrita.
Por ressaltarmos tal modalidade, torna-se conveniente compreendermos que não só a divisão das sílabas, como também os demais elementos inerentes aos postulados gramaticais, estão submetidos a regras predeterminadas de composição. Em virtude desse aspecto é que o referido artigo tem por finalidade discorrer acerca de como se dá essa divisão. Assim, vejamos:
* Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” pertencem a uma única sílaba. Observe:
chu – va
mo – lho
guer – ra
quei – jo
ni – nho ...
* As letras que formam os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs” e “xc” devem ser separadas. Note:
car – ro
pás – sa – ro
nas – cer
nas – ço
ex – ce – to
ex – su – dar ...
* Ditongos e tritongos pertencem a uma única sílaba. Confira:
U – ru – guai
Pa – ra – guai
col – mei – a (No que se refere a este vocábulo, devemos lembrar que ele perdeu o acento em virtude da nova reforma ortográfica)
he – roi – co (Idem ao comentário anterior) ...
* Os hiatos são separados em duas sílabas distintas. Atenha-se a alguns exemplos:
di – a
ca – de – a – do
mú – tu – o ...
* Os encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas devem ser separados, com exceção daqueles em que a segunda consoante é representada pelas letras “l” ou “r”. Constate:
pra – to
blu – sa
as – tú – cia
ad – mi – nis – trar
ob – tu – rar ...
Em se tratando de tais postulados, vale lembrar que alguns grupos consonantais que iniciam palavras não se separam. Entre eles, alguns casos representativos:
pneu – má – ti – co
gnós – ti – co...

Solecismo

Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma.
Eis alguns exemplos:
Cheguei em casa cedo. ( Cheguei a casa cedo)
Vou no banheiro. (Vou ao banheiro)
Eles são neurótico. (Eles são neuróticos)
Aqueles animais é do pantanal. (Aqueles animais são do pantanal)
Fazem seis meses que não vejo a minha mãe. (Faz seis meses que não vejo a minha mãe)
Haviam dez alunos na sala. (Havia dez alunos na sala)
Observação: O solecismo é classificado como um vício de linguagem.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Adjetivo

ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo. Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Classificação do Adjetivo
Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria. Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura.
Formação do Adjetivo
Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
ADJETIVO SIMPLES Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico.
ADJETIVO COMPOSTO Formado por mais de um radical. Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.
ADJETIVO PRIMITIVO É aquele que dá origem a outros adjetivos. Por exemplo: belo, bom, feliz, puro.
ADJETIVO DERIVADO É aquele que deriva de substantivos ou verbos. Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo

Propostas de Redação

Propostas de Redação
A – Artigo de opinião - O artigo de opinião é um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas, e traz reflexões a respeito de um tema atual de interesse do grande público. Nesse gênero, o autor desenvolve um ponto de vista a respeito do tema com argumentos sustentados por informações e opiniões que se complementam ou se opõem. No texto, predominam sequências expositivo-argumentativas.
B – Crônica – A crônica como se conhece hoje é um gênero que ganhou os jornais no século 19. Seus autores relatavam situações observadas por eles de modo único, literário, perspicaz. A crônica tornou-se uma produção literária sobre o cotidiano. Assim, é possível encontrar o gênero com características narrativas, descritivas, expositivas e argumentativas. Não há uma regra regendo a produção do gênero, além da efemeridade em que se encontra nos jornais e revistas onde costuma ser publicado. A partir dessas explicações, redija uma crônica colocando-se no lugar de alguém que publica em jornais e revistas do país seu ponto de vista sobre as notícias mais comentadas da semana. Imagine que sua crônica será publicada uma semana depois da polêmica, tempo suficiente para você ter formado sua opinião sobre o tema. Na crônica é comum encontramos o humor, a poesia, a reflexão, a crítica ácida, a ironia entre tantos outros recursos que garantam a transparência do discurso de seu autor.
C – Carta argumentativa – A carta argumentativa é redigida para pessoas influentes que costumam ter algum poder de transformação sobre o tema com o qual estão envolvidas. O texto é persuasivo e apresenta claramente o que pensa seu autor, como num artigo de opinião, por exemplo.

Hiperônimo e hipônimo

Hiperônimo é uma palavra que apresenta um significado mais abrangente do que o do seu hipônimo (vocabulário de sentido mais específico).
É o que acontece com as palavras doença e gripe – doença é hiperônimo de gripe porque em seu significado contém o significado de gripe e o significado de mais uma série de palavras como dengue, malária, câncer. Então se conclui que gripe é hipônimo de doença.
A relação existente entre hiperônimo e hipônimo é fundamental para a coesão textual.
Ex: Grupos de refugiados chegam diariamente do sertão castigado pela seca. São pessoas famintas, maltrapilhas, destruídas.
Note que a palavra “pessoas” é um hiperônimo da palavra “refugiados”, uma vez que “pessoas” apresenta um significado mais abrangente que seu hipônimo “refugiados”.

tipos de textos

I - NARRAÇÃO Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado.
A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio.
É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de ENREDO.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas) no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes( mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR.
Além de contar onde , o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR, que pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3a. pessoa: ELE...).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
II - DESCRIÇÃO
Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com palavras. No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS. Ex. O pássaro é azul . 1-Caractarizado: pássaro / 2-Caracterizador ou característica: azul / O verbo que liga 1 com 2 : é Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (carcterização subjetiva).
III - DISSERTAÇÃO Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de discurso: a DISSERTAÇÃO. Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer, influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma dissertação.
Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher linguiça"): que a dissertação seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta. Na dissertação, as ideias devem ser colocadas de maneira CLARA E COERENTE e organizadas de maneira LÓGICA:
a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou subordinativas, dependendo da ideia que se queira introduzir e defender; é por isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.
b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.
A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos:
1. Transforme o tema numa pergunta;
2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA);
3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).
O desenvolvimento contém as ideias que reforçam o argumento principal, ou seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros, reconhecidos publicamente).
A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as ideias do texto para que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro. Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor: 1. Entenda bem o tema; 2. Reflita a respeito dele;3. Passe para o papel as ideias que o tema lhe sugere; 4. Faça a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de ideias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no DESENVOLVIMENTO do texto.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Coesão Textual

Coesão textual
Um texto será coeso se as suas diferentes partes constitutivas estiverem articuladas e interligadas, garantindo a sua unidade semântica. A coesão textual pode ser assegurada através dos seguintes mecanismos linguísticos: — cadeias de referência; — repetições; — substituições lexicais; — conectores interfrásicos; — compatibilidade entre informações temporais e aspectuais.
Cadeias de referência Estamos perante uma cadeia de referência quando, num texto, há um ou vários elementos textuais sem referência autônoma. A sua interpretação está, por isso, dependente de outra expressão presente no texto.
1) Amava, amava as mulheres com sensualidade, estima e ternura. Sinceramente me julgava, perante elas, um sensual, um sentimental e um idealista. Decerto me não tinham inspirado grande ternura ou respeito as que até então fisicamente amara. Mas até essas, não pudera amar (amar da maneira que qualifiquei) sem uma ponta de afetividade e umas veleidades de moralista regenerador. (J. Régio, O Vestido Cor de Fogo)
A expressão nominal as mulheres e os pronomes elas, as e essas, tal como a elipse do pronome pessoal elas antes do complexo verbal tinham inspirado, formam uma cadeia de referência, uma vez que o referente dos pronomes é o mesmo do da expressão nominal. Todas as expressões reenviam para a mesma entidade extralinguística.
Podem integrar as cadeias de referência as anáforas, as catáforas, as elipses e a co-referência não anafórica.
Anáfora: expressão cuja interpretação depende de uma outra expressão presente no contexto verbal anterior.
(2) Ao longe, no alto mar, há ainda o exercício da pesca. Há lá homens. Não os vejo. (V. Ferreira, Até ao Fim) O pronome pessoal oblíquo os remete para uma expressão referida anteriormente no discurso (homens), sendo, por isso, uma anáfora. Catáfora: expressão cuja interpretação depende de outra presente no contexto verbal que vem imediatamente depois. 3) Com o meu irmão tudo foi diferente, sabe, as mulheres preferem-nos, aos filhos. (A. P. Inácio, Os Invisíveis) O pronome pessoal os (nos) remete para uma expressão que aparece posteriormente no discurso (os filhos), sendo, por isso, uma catáfora. Elipse: omissão de uma expressão recuperável pelo contexto, evitando assim a sua repetição. (4) O Luís foi à ópera, onde [ ] encontrou os amigos. (5) A final da Liga dos Campeões foi muito bem disputada, ao contrário do que aconteceu na [ ] anterior. Nos exemplos apresentados, os lugares onde as palavras foram omitidas estão assinalados pelos sinais [ ], que representam elipses. No exemplo (4), a palavra omitida é o pronome pessoal ele ou o nome próprio Luís; enquanto em (5) elidiu-se a palavra final.
Co-referência não anafórica: existe co-referência não anafórica quando duas ou mais expressões linguísticas remetem para o mesmo referente, não havendo dependência referencial de uma em relação a outra(s). (6) A morte de Raul Vilar foi muito lamentada. Todos os jornais consagraram longos artigos ao grande escultor. (M. Sá-Carneiro, Loucura) Tanto Raul Vilar como grande escultor remetem para a mesma personagem. No entanto, ambas as expressões têm referência autônoma.
Coesão lexical A coesão lexical pode ser garantida através de diferentes processos. Repetição: por não ser possível a sua substituição, a repetição da mesma unidade lexical ao longo do texto pode revelar-se necessária para a coesão do texto. (7) Professor riu. Assim passaram a manhã, Professor fazendo a cara dos que vinham pela rua, Pedro Bala recolhendo as pratas ou os níqueis que jogavam. (J. Amado, Capitães da Areia) Neste exemplo, a repetição do nome Professor é necessária para evitar a ambiguidade. Substituição lexical: para evitar repetições desnecessárias, pode substituir-se uma unidade lexical por outras que com ela mantenham relações semânticas de sinonímia (8), antonímia (9), hiponímia e hiperonímia (10). (8) O treinador referiu que o jogo correu bem. Disse ainda que estava orgulhoso da sua equipe. (9) A maior parte das vítimas de violência doméstica são mulheres. Os homens, quando agredidos, raramente denunciam a situação. (10) Na semana passada, encontrei um gatinho. O animal estava cheio de fome e sede.
Coesão interfrásica A coesão de um texto depende da interdependência semântica entre as frases que o constituem, podendo ser assegurada através de diferentes tipos de conectores. Desempenham a função de conectores palavras ou expressões que asseguram a ligação significativa entre frases/orações ou partes do texto, especificando o tipo de conexão existente (causa, tempo, contraste...). Assim, estes elementos são pistas linguísticas que guiam a interpretação do leitor ou ouvinte. 11) Quem tem a bola é o João. É ele quem vai marcar a grande penalidade. Sem o conector, são possíveis várias interpretações, por isso a sua utilização é importante para conduzir a interpretação do leitor / ouvinte, tal como se pode verificar nos exemplos seguintes: (11 a) Quem tem a bola é o João, porque é ele quem vai marcar a grande penalidade. (1 l b) Quem tem a bola é o João, por isso é ele quem vai marcar a grande penalidade. Enquanto em (1l a) o conector introduz uma relação de causa, em (ll b) introduz uma relação de consequência. Podem funcionar como conectores: — conjunções e locuções coordenativas e subordinativas (porque, no entanto...); — advérbios conectivos (agora, assim, depois...); — adjetivos (bom...); — verbos (quer dizer...); — grupos preposicionais/locuções adverbiais (pelo contrário, do mesmo modo...); — orações (para concluir, pelo que referi anteriormente...). (12) Não vou de férias, porque não acabei o relatório. (13) Vou fazer horas extraordinárias a semana toda. Agora, não me peçam para trabalhar no fim-de-semana. Apresentam-se no seguinte quadro os valores dos principais conectores:
Tipo de Conectores
Exemplos Temporais (indicam relações temporais entre as frases ou orações) quando, enquanto, por fim, depois, em seguida, antes, entretanto, então... Contrastivos (indicam relações de oposição) mas, embora, no entanto, apesar de, pelo contrário, contrariamente, por oposição... Aditivos (acrescentam informação) e, também, além disso, mais ainda, igualmente, do mesmo modo, pela mesma razão, adicionalmente, ainda... Causa-consequência (indicam uma relação causa- -efeito) porque, por isso, consequentemente, pois, portanto, logo, por conseguinte, por esta razão, deste modo, então, de maneira que... Confirmativos /exemplificativos por exemplo, de facto, efetivamente, com efeito... Explicativos/ reformulativos quer dizer, ou seja, isto é, por outras palavras... Síntese / conclusão em resumo, em suma, concluindo, para concluir... Alternativos ou, alternativamente, em alternativa...
Coesão temporo-aspectual Para que um texto seja temporalmente coeso, tem de existir compatibilidade entre informação sobre a localização temporal (expressa sobretudo pelos tempos verbais) e informação aspectual (exprime o ponto de vista do enunciador relativamente à situação expressa pelo verbo, apresentando o modo como decorre essa situação). Para que essa coesão se verifique, são necessárias as seguintes condições:
utilização correlativa ( que tem dependência mútua) dos tempos verbais: (14) Quando o Luís telefonou, a Ana saiu de casa. (14a) * Quando o Luís telefonou, a Ana sairá de casa. A agramaticalidade de (14a) decorre da impossibilidade de utilizar o futuro do indicativo tendo como ponto de referência o pretérito perfeito do indicativo. — utilização correlativa dos advérbios de localização temporal e dos tempos verbais: (15) Amanhã tenho aulas. (15a) * Amanhã tive aulas.
Um advérbio que remete para o futuro impossibilita a utilização de um tempo verbal passado. — utilização compatível dos valores aspectuais dos verbos e do valor semântico dos conectores temporais utilizados: (16) Enquanto jantou, a Luísa leu o jornal. (16a) * Enquanto chegou, a Luísa leu o jornal. O conector enquanto pressupõe uma situação contínua, não sendo, por isso, compatível com o verbo chegar, que indica uma ação pontual. — ordenação textual linear dos eventos representados no texto: (17) A Joana abriu a porta e a prima entrou. (1 7a) *A prima entrou e a Joana abriu a porta.
A sequência temporal dos enunciados deve obedecer ao nosso conhecimento do mundo. Assim, qualquer falante espera que a ação de abrir a porta anteceda a de entrar.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Faça uma boa interpretação de texto

EIS ALGUNS PONTOS FUNDAMENTAIS:
tente identificar que tipo de texto você está lendo;
verifique a ocorrência de variação linguística e analise-a;
julgue a adequação do texto à situação em que ele foi empregado;
procure identificar as relações entre as partes do texto, que denunciam sua estrutura;
identifique as estratégias linguísticas utilizadas pelo autor;
relacione o texto à cultura da época em que ele foi produzido, comparando-a com a da atualidade;
Encontre termos cujo aparecimento frequente denuncia um determinado enfoque ao assunto;
identifique expressões que o remetem a outro texto;
localize trechos que refletem a opinião do autor; (Marcas de autoria, como expliquei em sala)
identifique traços que permitem relacionar o autor a certos grupos sociais e profissionais ou a correntes ideológicas conhecidas;
procure evidências que permitem extrair conclusões não explicitadas no texto;
relacione textos apresentados, confrontando suas características e propriedades.
posicione-se diante do texto lido, dando sua própria opinião.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Metáfora

Metáfora é uma figura de estilo (ou tropo linguístico), que consiste numa comparação entre dois elementos por meio de seus significados imagísticos, causando o efeito de atribuição "inesperada" ou improvável de significados de um termo a outro.
Didaticamente, pode-se considerá-la como uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.
Minha vida é um Roteiro de Cinema .
A menina é um vidro de cristal.

Conjunção

Conjunção é uma classe de palavras invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
CLASSIFICAÇÃO: - Conjunções Coordenativas - Conjunções Subordinativas
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS Dividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a idéia de adição.
Observe os exemplos: - Ela foi ao cinema e ao jogo. - Minha amiga é dona-de-casa e enfermeira. - Eu reuni a família e preparei uma brincadeira. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também.
- ADVERSATIVAS
Expressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:
- Tentei chegar na hora, porém me atrasei. - Ela trabalha muito mas ganha pouco. - Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim. - Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.
ALTERNATIVAS
Expressam idéia de alternância. - Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. - Minha cachorra ora late ora dorme. - Vou ao cinema quer faça sol quer chova.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já.
CONCLUSIVAS
Servem para dar conclusões às orações. Exemplos: - Estudei muito por isso mereço passar. - Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa. - Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
EXPLICATIVAS
Explicam, dão um motivo ou razão: - É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. - Não demore, que o seu programa favorito vai começar.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
CAUSAIS Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos: - Não pude comprar o CD porque estava em falta. - Ele não fez o trabalho porque não tem livro. - Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.
COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que, menos...do que. - Ela fala mais que um papagaio.
CONCESSIVAS
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que. Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma idéia de “apesar de”. - Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada) - Apesar de ter chovido fui ao cinema.
CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante - Cada um colhe conforme semeia. - Segundo me disseram a casa é esta.
Expressam uma idéia de acordo, concordância, conformidade.
CONSECUTIVAS
Expressam uma idéia de conseqüência.
Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”). - Falou tanto que ficou rouco. - Estava tão feliz que desmaiou.
FINAIS
Expressam idéia de finalidade, objetivo. - Todos trabalham para que possam sobreviver. - Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),
PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que. - À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. - Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.
TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
- Quando eu sair, vou passar na locadora. - Chegamos em casa assim que começou a chover. - Mal chegamos e a chuva desabou.
Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que".
O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.
Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.
Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e conseqüência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-las. Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados. “Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma conseqüência. Ficaram cansados porque correram muito.
“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.